Saúde

Cardiologista detalha os cuidados após o infarto: ‘Risco é permanente’

A recuperação vai além da fase hospitalar: envolve acompanhamento médico rigoroso, uso contínuo de medicamentos e mudanças definitivas no estilo de vida.

03/08/2025 18h05
Cardiologista detalha os cuidados após o infarto: ‘Risco é permanente’

Após sofrer um infarto, a vida de uma pessoa muda completamente. O alerta é do cardiologista Dr. Sérgio Rocha, que esclareceu os principais cuidados com a saúde após um evento cardíaco. Segundo ele, a recuperação vai além da fase hospitalar: envolve acompanhamento médico rigoroso, uso contínuo de medicamentos e mudanças definitivas no estilo de vida.

“O paciente que já teve um infarto entra automaticamente na categoria de alto risco. Ele precisa manter os fatores de risco totalmente controlados para que um novo evento não aconteça. Isso inclui colesterol, pressão, açúcar no sangue, peso, tabagismo e consumo de álcool. Tudo precisa estar sob vigilância constante”, afirma Dr. Sérgio.

Ao sobreviver ao infarto, o paciente passa por uma série de exames para investigar a gravidade do ocorrido. O principal deles é o cateterismo cardíaco, que avalia o estado das coronárias.

“A partir do resultado, decidimos se faremos angioplastia, com colocação de stent, ou cirurgia cardíaca, como a ponte de safena. Há também casos em que é preciso ponderar entre os riscos e os benefícios antes de qualquer intervenção”, explica.

A partir daí, inicia-se uma jornada de controle permanente. “O acompanhamento é para a vida toda. Pacientes de alto risco precisam manter o colesterol LDL em torno de 50. Isso é metade do que se considera aceitável em quem nunca infartou”, completa o cardiologista.

Quem infartou vai precisar usar medicação pelo resto da vida. Os remédios controlam colesterol, pressão arterial, açúcar no sangue e até fortalecem o coração, caso ele tenha ficado enfraquecido.

“O acompanhamento deve ser feito, no mínimo, a cada seis meses. Se o caso for mais grave, as visitas ao cardiologista precisam ocorrer a cada três meses”, detalha.

Muitos pacientes perguntam quando poderão voltar a ter uma vida ativa, incluindo relações sexuais. Para os que passaram por cirurgia cardíaca aberta, o tempo de espera é maior, explica o especialista.

“O osso do tórax precisa cicatrizar, por isso orientamos evitar movimentos bruscos por cerca de três meses. Já quem fez apenas angioplastia, pode retomar as atividades leves após 10 a 15 dias, sempre com orientação profissional.”

Segundo ele, a reabilitação cardíaca é essencial. “Aos poucos, o paciente pode caminhar, depois correr. O corpo vai pedindo mais. O importante é ter regularidade.”

A reincidência pode ser fatal. “O único fator que não conseguimos mudar é a genética. Se pai e mãe tiveram infarto, o risco aumenta. Mas todos os outros fatores – colesterol, pressão, diabetes, tabagismo, obesidade – são controláveis com medicamentos e mudanças de hábito”, afirma Dr. Sérgio Rocha.

A alimentação também entra nessa reestruturação. Mas isso não significa abandonar a profissão. “A pessoa pode continuar sendo motorista, pedreiro, engenheiro. A mudança é no estilo de vida, não na profissão”, frisa.

Ele também enfatiza: “Se você não gosta de academia, coloque um tênis e caminhe. Comece com 15 minutos por dia. Quando você sentir falta da atividade, esse é o nível de excelência.”

Dr. Sérgio finaliza destacando a importância de se manter informado e vigilante. “Quem teve infarto precisa querer se cuidar. A informação salva vidas”, conclui. Ele também disponibiliza orientações em seu perfil no Instagram: @drsergiorochacardio.

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