Feira de Santana

Cardiologista compartilha segredos da longevidade em pacientes centenários

O Dr. Claudio Rocha compartilha histórias inspiradoras de seus pacientes centenários, destacando a importância da preparação para o envelhecimento.

04/05/2024 11h30
Cardiologista compartilha segredos da longevidade em pacientes centenários
Foto: Montagem/Arquivo Pessoal

No universo da cardiologia, a longevidade muitas vezes é um feito digno de admiração e estudo. No “Momento IDM Cardio” desta semana, o cardiologista Dr. Claudio Rocha compartilhou histórias inspiradoras sobre seus cinco pacientes centenários, Benevides de 109 anos, Aniceto de 103 anos e Ana de 101 anos, oferecendo dicas valiosos sobre como viver uma vida longa e saudável.

“Eu atendo cinco pacientes que são centenários, todos lúcidos, coração normal. São pessoas que se prepararam, têm a genética também, mas não só a genética. São pessoas que seguiram o envelhecimento e estão bem”, revelou, destacando a importância da preparação para o futuro.

Um dos casos mais notáveis é o do Sr. Benevides, de 109 anos, residente de Ipirá, que viveu uma vida tranquila na zona rural e cuidou bem de sua família. O médico enfatizou o papel crucial da família na preparação para o envelhecimento.

“Eu tive o prazer e a honra de atender um paciente de 109 anos, Seu Benevides de Ipirá, totalmente lúcido, impressionante. Ele pensou a longo prazo, ele teve aquela vida tranquila na zona rural, ele cuidou muito bem da família e a gente percebe a influência da família, o zelo da família por ele e pela esposa dele, isso é sinal de que ele pensou a longo prazo, de modo que ele organizou toda a sua família pra que pudesse acolhê-lo no momento do envelhecimento, isso é um exemplo de como pensar a longo prazo.”

Outro exemplo marcante é o paciente de 104 anos, residente de Araci, que celebrou seu aniversário com uma grande festa, evidenciando o valor de aproveitar a vida plenamente. O Dr. Claudio ressaltou a importância da família e do lar para essas pessoas, enfatizando que pensar a longo prazo inclui cuidar dos filhos e garantir um ambiente acolhedor na velhice.

“Eu tenho um paciente centenário de Araci que fez 104 anos agora em abril. Ele fez uma festa, comprou várias caixas de cerveja, muita carne e disse “Doutor só gosto de festa grande, comemoro todos os meus aniversários.” Então isso é bom, isso é aproveitar a vida plenamente. Ele gosta de ver a família reunida, então isso é bonito e a gente percebe a importância da família, do lar para essas pessoas e isso é pensar a longo prazo, cuidar dos filhos muito bem cuidado é pensar a longo prazo porque é quem vai lhe acolher lá na frente. Então existem várias situações que abrangem esse pensar a longo prazo, a situação física, a situação mental, a situação familiar, a situação patológica, tudo isso tem que ser levado em consideração agora, quando nós estamos jovens, na medida que vai passar o envelhecimento vamos colher tudo aquilo que nós fizemos.”

Sobre a influência do ambiente na longevidade, o médico destacou a diferença entre as áreas urbanas e rurais, apontando o estilo de vida mais saudável e ativo das comunidades rurais como um fator determinante para a longevidade.

“A maioria são da zona rural, tem uma paciente que é da zona urbana de Araci e isso é um grande questionamento a respeito da expectativa de vida de hoje que é maior do que a expectativa de vida há 50 anos atrás por conta do saneamento básico que foi fundamental para que as pessoas não morressem de infecção, por exemplo. Há 40 anos atrás a principal causa de mortalidade era infecção, hoje são as doenças degenerativas, principalmente as cardiovasculares como AVC e infarto e em segundo lugar o câncer. Então quer dizer que as população está envelhecendo, mas essas pessoas que moram na zona rural, o estilo de vida, a alimentação mais saudável também favorece para essa longevidade desses centenários queridos meus pacientes.”

O médico compartilhou um dilema comum em sua prática: pacientes idosos que se recusam a parar de trabalhar, como o paciente de 98 anos que continua sua rotina no campo. Para o Dr. Claudio, o trabalho é uma fonte de motivação e vitalidade para muitos idosos, mostrando que a preparação para a longevidade vai além dos cuidados médicos.

“Eu tenho um paciente de 98 anos que é uma briga eterna comigo porque eu jamais vou pedir a um paciente pra parar de trabalhar esteja ele na idade que estiver. Os filhos às vezes vão procurar o médico pra gente pedir pra diminuir um pouco a atividade, mas eu normalmente não faço isso independente do tipo de problema cardiovascular, porque o trabalho também faz esse paciente se sentir útil. Então esse paciente meu de 98 anos ele cava, ele faz cerca, é muito esforço e ele tem um probleminha no coração que não dá pra fazer, então de vez em quando é uma briga eterna comigo pra pedir pra diminuir um pouquinho o esforço dele, mas é isso, parar de trabalhar não, porque é isso aí que deixa a gente motivado ver essas pessoas com essa longevidade e principalmente com lucidez.”

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