A 3ª edição da Caminhada de Combate à Violência contra a Mulher reuniu milhares de pessoas em Feira de Santana neste domingo (30). O evento, que cresce a cada edição, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do enfrentamento à violência de gênero e oferecer apoio às vítimas. Este ano, a caminhada contou com a distribuição de mais de 15 mil camisas em troca de alimentos, que serão utilizados para a montagem de cestas básicas destinadas a mulheres em situação de vulnerabilidade.

A delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), Dra. Clécia Vasconcelos, destacou o impacto social da iniciativa.

“No ano passado, arrecadamos 9 toneladas de alimentos. Essas cestas ajudam mulheres que chegam com seus filhos sem ter o que comer. Como romper o ciclo da violência passando fome? Esses alimentos são essenciais para que possam recomeçar”, afirmou.

A caminhada também tem um caráter de celebração da vida das mulheres que conseguiram romper o ciclo da violência.

“Muitas que antes chegaram fragilizadas hoje estão aqui, maquiadas, ao som de boa música, mostrando que conseguiram superar. E elas dizem: ‘Siga meu exemplo, denuncie’”, ressaltou a delegada.

A secretária de Políticas para as Mulheres, Neinha Bastos, reforçou a importância da mobilização.

“Essa caminhada impacta a sociedade, trazendo à tona a necessidade de dizer basta à violência contra a mulher. Nossa Secretaria está aberta a todas as mulheres, seja para buscar ajuda ou apenas conhecer os serviços oferecidos”, destacou.

O evento também contou com o apoio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer. O titular da pasta, Cristiano Lobo, ressaltou a gravidade do problema.

“Sabemos que muitas mulheres sofrem agressões e não denunciam. Isso é muito grave, pois um pequeno ato pode virar uma tragédia. Se essa caminhada impactar pelo menos uma mulher, já valeu a pena”, afirmou.

A presença de homens na caminhada também foi destacada pela presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana, Gilberte Lucas.

“Aqui vemos famílias inteiras participando. Isso mostra que essa luta não é só das mulheres, mas de toda a sociedade”, pontuou.

Para muitas participantes, a caminhada representa força e união. Elisângela, que esteve no evento pela primeira vez, relatou sua experiência.

“A violência contra a mulher está em todos os lugares. Eu já sofri assédio no trabalho e na rua. Mas eventos como esse mostram que não estamos sozinhas e que podemos lutar por respeito”, afirmou.

A segurança pública também marcou presença, com a Polícia Militar reforçando a importância da denúncia. A tenente Mônica enfatizou que existem canais oficiais para acolhimento.

“Toda mulher em situação de violência pode denunciar pelo 190. A caminhada mostra a elas que não estão sozinhas e que há uma rede de proteção disposta a ajudar”, disse.

*Com informações do repórter Matheus Gabriel