Camilla Bem Casados: Tradição e inovação no empreendedorismo feminino
A história de Camilla Motta e sua empresa é a prova de que tradição e inovação podem caminhar juntas.
Persistência, inovação e tradição familiar. Esses são os pilares que sustentam a história da empresária Camilla Motta à frente da Camilla Bem Casados, uma marca que, há 20 anos, vem adoçando momentos especiais e conquistando um público fiel. O início, no entanto, não foi fácil.
“Eu estava recém casada e para gerar uma renda extra minha mãe, que faz bolos, me deu a ideia de fazer bem casados, porque muita gente procurava e ela não fazia. Pegamos uma receita da minha bisavó, só que naquela época ela não tinha utensílios que a gente usa, então deu super errado no início. A gente testou inúmeras vezes. Solamos muito, erramos até conseguir o ponto certo. Nossa massa é amanteigada, diferente do pão de ló tradicional, e isso fez com que o bem-casado ganhasse mercado. As pessoas começaram a pedir cada vez mais até que o doce se popularizou”, relembra Camilla.
A trajetória empreendedora não ficou restrita à produção artesanal. Com o crescimento da demanda, a empresa precisou de um espaço próprio. “Não dava mais para ficar em casa. Cinco anos depois, abrimos a loja física”, conta a empresária.
Desafios do empreendedorismo feminino
Gerenciar um negócio como mulher no Brasil ainda impõe desafios. “Enfrentamos barreiras, como dificuldade de financiamento e a credibilidade que nem sempre é a mesma dada aos homens. Para mostrar que sou capaz, tive que fazer um trabalho excelente, demonstrando responsabilidade e compromisso”, afirma Camilla.
A empresária também destaca a necessidade de conciliar o papel de mãe com o empresariado. “Temos a responsabilidade familiar e profissional ao mesmo tempo. Mas, quando você ama o que faz, não é um trabalho árduo, é uma paixão”.
A força do digital e a expansão do negócio
As redes sociais desempenham um papel crucial na divulgação da Camilla Bem Casados.
“Nosso público no Instagram é 90% feminino. As mulheres são detalhistas e valorizam datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia dos Namorados. Então, é essencial estar presente nessas ocasiões”, explica.
A visibilidade do negócio cresceu a ponto de atender artistas renomados. “Fizemos bem-casados para Carla Perez, Ivete Sangalo, Xanddy e muitos outros. Sempre que tem camarim em Feira de Santana ou peças no Amélio Amorim, nossos doces estão lá”, conta. A exposição impulsionou ainda mais as vendas. “Eles marcam a gente nas publicações e isso atrai novos seguidores e clientes”.
Logística e mercado
A empresa não se limita a Feira de Santana. “Enviamos bem-casados semanalmente para Salvador e cidades circunvizinhas, como Santo Estêvão, Serrinha e Alagoinhas. Trabalhamos com bufês e decoradores que incluem nossos doces nos orçamentos de casamento”, detalha Camilla.
Apesar do aumento da concorrência, a empresária acredita que a estrutura conquistada ao longo dos anos faz diferença.
“No início, poucas pessoas faziam bem-casados em Feira. Hoje, muitos produzem, mas em menor escala. Nós temos maquinários industriais e capacidade de produção em larga escala”.
Planos para o Futuro
Com duas décadas de mercado, os planos de expansão seguem firmes. O filho de Camilla, de 21 anos, já vislumbra novos rumos.
“Ele quer abrir uma filial focada exclusivamente em noivas, oferecendo serviços personalizados para casamentos”, revela.
A história de Camilla Motta e sua empresa é a prova de que tradição e inovação podem caminhar juntas. Do início difícil à consagração no mercado, a Camilla Bem Casados se consolidou como referência, mantendo viva a essência do doce que simboliza amor e união.