Permissionários do Shopping Popular protestam contra corte de energia e valor de aluguel dos boxes
“Há dois anos aqui dentro e nunca tirei um salário para sobreviver”, disse um vendedor
Rafael Marques
Os permissionários do Shopping Popular Cidade das Compras, realizaram mais uma manifestação, na manhã desta quinta-feira (14), para cobrar soluções por parte do Poder Público Municipal, em relação ao valor cobrado pelo aluguel dos boxes e o corte de energia elétrica dos condomínios de alguns ambulantes.
O vendedor Antônio Carlos contou ao De Olho na Cidade, que desde a sua entrada no shopping, nunca conseguiu vender o equivalente a um salário mínimo.
“Há dois anos aqui dentro e nunca tirei um salário para sobreviver. Trabalho apenas para pagar o condomínio. A associação resolveu fazer a paralisação aqui dentro, para que a sociedade conheça a nossa situação”.
“Saio daqui todos os dias sem vender um real. O valor que eu pago é R$ 432 reais. O Condomínio é R$ 142 reais. Todo mês eu tenho que tirar do que eu como para poder pagar, e não melhora. E só aumentando, cortando luz e lacrando os boxes”, reclamou outro vendedor.
Uma comerciante que não quis se identificar, afirmou que quando vendia sua mercadoria na rua Sales Barbosa, era reconhecida.
“Quando eu trabalhava na Sales Barbosa, era bem reconhecida. Quando viemos para cá, não somos mais. Acabaram com nossa guia, um aluguel abusivo que não temos condições de pagar. Só que não tem cliente”.
Mais outra vendedora questionou a razão para corte de luz nos condomínios.
“O que acho estranho é que a iluminação daqui é pública. O presidente do estabelecimento não paga, mas cortou a luz de quase todos os boxes. Estão forçando o pessoal a pagar os aluguéis de qualquer jeito, tomam a nossa mercadoria e travam os boxes”.
A permissionária Maria Eunice de Jesus revelou que teve uma reunião na última quarta-feira (13), com o vice-prefeito da cidade, Fernando de Fabinho.
“Fizemos um ato na semana passada, a prefeitura disse que até o decorrer dessa semana, iria se posicionar. Ontem estivemos com o vice-prefeito e a advogada, poré, o que a gente ouviu, infelizmente não é a resposta que precisamos. Como é que vão garantir que nós continuemos trabalhando aqui, sendo que a maiora dos boxes estão sem energia por falta de pagamento?”, questionou.
Nossa reportagem entrou em contato com o vice Fernando de Fabinho, e até o fechamento desta matéria, não tivemos retorno.