Política

Em derrota para o governo, Senado segue a Câmara e derruba decreto de Lula sobre alta do IOF

Foram 383 votos contrários à medida, contra 98 favoráveis

25/06/2025 20h41
Em derrota para o governo, Senado segue a Câmara e derruba decreto de Lula sobre alta do IOF
Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara

O Senado aprovou nesta quarta-feira (25) a derrubada de três decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), confirmando a decisão tomada mais cedo pela Câmara dos Deputados.

A medida impõe uma derrota expressiva ao governo e obriga a equipe econômica a buscar alternativas para compensar uma perda de arrecadação estimada em R$ 10 bilhões neste ano.

Com a rejeição dos decretos, o Congresso impõe a revogação de um aumento de imposto feito por meio de decreto presidencial. Segundo o Ministério da Fazenda, sem o IOF mais alto, será necessário ampliar o bloqueio de gastos no Orçamento de 2025 para evitar o descumprimento da meta fiscal.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, havia alertado que a derrubada da medida exigirá novos cortes de despesas. “Prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando inclusive a execução das emendas parlamentares”, afirmou.

Já o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que não quer polemizar o tema.

“Esse decreto começou mal, o governo editou um decreto que rapidamente foi rechaçado pela sociedade brasileira. E reconheço, que muita vezes sem entender o que é o IOF, muitos daqueles foram colocados contrários ao que nele estava escrito. Durante o debate do decreto, da medida provisória, tivemos vários debates apra tentar conciliar os interesses do governo com o da sociedade”, afirmou.
“Sabemos que é sim uma derrota para o govenro, mas foi construída por várias mãos”, completou.

Descontentamento no Congresso

A proposta enfrentou forte resistência no Legislativo, mesmo com o governo tendo recuado parcialmente em alguns pontos. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu o projeto na pauta da noite de terça-feira (24) e acelerou a votação. O relator escolhido foi o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), da oposição.

O texto foi aprovado na Câmara por 383 votos a 98 e, horas depois, confirmado pelo Senado. Parlamentares apontam que a decisão reflete o descontentamento com aumentos de tributos e com a demora na liberação de emendas parlamentares, além de críticas à condução da política econômica de Fernando Haddad.

*Com informações g1

Comentários

Leia também

Política
Gleisi reúne ministros para cobrar apoio no Congresso e destaca projeto de isenção do IR

Gleisi reúne ministros para cobrar apoio no Congresso e destaca projeto de isenção do IR

Reunião no Planalto contou com parte da Esplanada; governo vê sintonia com a Câmara...
Política
Bolsonaro pede autorização a Moraes para procedimento cirúrgico

Bolsonaro pede autorização a Moraes para procedimento cirúrgico

O procedimento deve ocorrer no próximo domingo, após o julgamento da trama golpista
Política
Lula critica tarifas dos EUA durante cúpula virtual do Brics

Lula critica tarifas dos EUA durante cúpula virtual do Brics

Presidente brasileiro condena protecionismo, guerra em Gaza e propõe soluções diplomáticas...