Saúde

Calos nos pés podem levar a complicações em pacientes diabéticos, alerta especialista

Estomaterapeuta e feridóloga Dra. Aquilla Chahinne explica como alterações na pele, na sensibilidade e na circulação provocadas pelo diabetes podem transformar calos em graves complicações, como feridas crônicas e amputações.

14/08/2025 19h24
Calos nos pés podem levar a complicações em pacientes diabéticos, alerta especialista

pesar de parecerem inofensivos, os calos nos pés podem representar um risco grave para quem tem diabetes, podendo evoluir para feridas crônicas e até amputações. O alerta é da estomaterapeuta e feridóloga Dra. Aquilla Chahinne, que explicou por que esse cuidado é tão importante.

“Parece mesmo que é algo inofensivo, né? Quem é que realmente acha que um calo pode levar a uma complicação como amputação ou uma ferida crônica? Em geral, os calos não são tratados adequadamente, mas existe, sim, motivo para que eles sejam vistos como algo relevante no caso de diabéticos”, afirmou.

Segundo a especialista, o diabetes não controlado provoca alterações que prejudicam a saúde e a qualidade da pele, especialmente nos pés. “O diabético tende a ter uma pele mais ressecada. A doença causa alterações nas glândulas sudoríparas e sebáceas, responsáveis pela hidratação da pele. Com esse dano, os pés ficam muito mais ressecados e esse ressecamento pode levar a rachaduras, fissuras e engrossamento da pele, que favorecem o aparecimento de calos”, explicou.

Outro fator é a neuropatia diabética, perda ou redução da sensibilidade causada por alterações nos nervos periféricos, que afetam pernas e pés. “Com a perda da sensibilidade, a pessoa pode não perceber pequenas lesões ou pressões excessivas, aumentando o risco de complicações”, disse.

Além disso, alterações na circulação também contribuem para o problema. “A doença arterial obstrutiva periférica provoca obstruções ou estreitamento das artérias, dificultando a chegada de sangue aos pés. Isso, somado à desidratação e à neuropatia, aumenta muito o risco”, completou.

A médica ainda destacou a ‘artropatia de Charcot’, complicação que afeta nervos, músculos e tendões, modificando o formato do pé e criando pontos de pressão na pisada. “Tudo isso junto aumenta consideravelmente a probabilidade de desenvolvimento de calos em pessoas com diabetes que não têm bom controle glicêmico”, alertou.

De acordo com a especialista, a incidência é ainda maior em idosos diabéticos. “Todo idoso tende a ter a pele mais ressecada. Se juntarmos a idade avançada com o diabetes não controlado, teremos uma pele muito mais desidratada. Por isso, hidratar é fundamental: tomar bastante água e usar creme hidratante para evitar o ressecamento da pele e dos pés”, orientou.

Para Dra. Aquilla, a prevenção é o melhor caminho. “O diabético deve identificar e cuidar dos pés regularmente e tratar os calos para evitar complicações graves. O cuidado precisa ser constante”, concluiu.

Comentários

Leia também

Saúde
Ministério da Saúde começa a emitir Cartão SUS com base no CPF

Ministério da Saúde começa a emitir Cartão SUS com base no CPF

Medida facilita a continuidade do cuidado em diferentes serviços de saúde e fortalece...
Saúde
Guarçoni Race Experience é lançado oficialmente em Feira de Santana com coquetel exclusivo

Guarçoni Race Experience é lançado oficialmente em Feira de Santana com coquetel exclusivo

Primeiro evento de "corrida boutique" da cidade promete experiência premium que une saúde,...
Saúde
Cardiologista explica quando a variação da pressão é normal e quando exige atenção

Cardiologista explica quando a variação da pressão é normal e quando exige atenção

Ansiedade e estresse podem elevar a pressão sem indicar hipertensão