Bahia

Cachoeira fortalece tradições e resgata memórias da luta pela Independência da Bahia

Cidade foi onde começaram os primeiros embates pela independência do Brasil na Bahia

02/07/2025 16h05
Cachoeira fortalece tradições e resgata memórias da luta pela Independência da Bahia
Foto: Rita Barreto – Setur

A Independência da Bahia marca um passo fundamental para o Brasil diante da insatisfação do povo com a autoridade portuguesa sobre o país. No dia 25 de junho de 1822 foi em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, que as autoridades se reuniram na Câmara Municipal para finalmente anunciar o resultado que refletia o desejo da população: Dom Pedro de Alcântara, Sua Alteza Real, seria proclamado regente constitucional e defensor perpétuo do Brasil ou seriam leais a Portugal?

Apesar das ameaças de ataques portugueses, o povo disse sim. Os cachoeiranos defenderam que o governo devia ser formado por brasileiros e livre dos ideais de manutenção do domínio colonial, já que Portugal queria ampliar seu controle sobre o Brasil e anular a autonomia conquistada. 

A resistência foi marcada por um episódio crucial: uma embarcação militar foi enviada para atacar os brasileiros em Cachoeira, mas 3 dias depois, o povo não se rendeu diante das afrontas das tropas portuguesas e capturaram a embarcação. As tensões entre Portugal e Salvador aumentaram, o que forçou muitos a fugirem para Cachoeira e cidades próximas. O Recôncavo Baiano ficou mais movimentado e alinhado com D. Pedro. 

A localização estratégica do Recôncavo Baiano também chamou a atenção de Portugal, que enviou mais soldados para a Bahia. Após o 7 de setembro, quando Dom Pedro proclamou a independência, as tropas brasileiras chegaram a Salvador em 2 de julho de 1823, e completou a expulsão dos portugueses e a reintegração da Bahia ao Brasil.

A força da tradição

A memória dessa resistência baiana é mantida viva até hoje em Cachoeira. Todos os anos, no dia 25 de junho, a cidade se torna a sede simbólica do governo baiano, em reconhecimento ao papel crucial da localidade na independência. O historiador Fábio Batista Pereira explica a importância desse reconhecimento e afirma que é “uma justa homenagem e reverência também ao quanto o interior da então província foi fundamental para libertar Salvador dos portugueses”

Pereira também observa o crescente interesse da população local em preservar as tradições históricas ligadas ao 2 de julho. “Eu e meus colegas que pesquisam o tema atendemos às demandas porque as pessoas querem saber dessas tradições que têm mais de 200 anos”, explicou. 

Esses rituais são mantidos vivos por meio de eventos como o acendimento da tocha do fogo simbólico na Igreja Matriz de Cachoeira, a busca da Cabocla em São Félix, o desfile de 2 de julho e a volta do Caboclo a Cachoeira. Para o historiador, essas manifestações são a prova de que as memórias de uma população que lutou pela independência continuam a inspirar gerações. “Cachoeira vive a sua tradição, e quando foi elevada à categoria de cidade, recebeu o título de cidade heroica”, concluiu.

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