Brasileiro em Israel comenta sobre intensificação do conflito e o impacto na vida cotidiana
Em meio a essa nova fase de intensificação do conflito, o guia turístico Márcio Vaizman, que reside em Israel há sete anos, compartilhou suas impressões sobre a atual situação.
A situação no Oriente Médio, especialmente em Israel, se torna cada vez mais crítica à medida que as forças israelenses intensificam suas operações contra o Hezbollah. Em um ataque recente, Israel lançou uma ofensiva significativa contra alvos do Hezbollah, resultando em um trágico saldo de 274 mortos e mais de mil feridos.
Em meio a essa nova fase de intensificação do conflito, o guia turístico Márcio Waismann, que reside em Israel há sete anos, compartilhou suas impressões sobre a atual situação.
Márcio destacou que é importante entender a complexidade do Hezbollah: “O Hezbollah não é apenas um aliado do Hamas; ambos são próximos do Irã, o que significa que eles atuam como braços desse país na região”, explicou. “O Hezbollah surgiu em 1985 e é um grupo xiita radical, que historicamente provocou conflitos no Líbano, um país que já foi conhecido como a Suíça do Oriente Médio.”
A situação é complicada, pois “Israel não é oficialmente o governo do Líbano”, continuou Márcio, enfatizando que o Hezbollah tomou conta do país. O guia também lembrou que Israel é um país pequeno, menor que o estado do Rio de Janeiro, e enfrenta ameaças de ambos os lados: “Ao sul, Gaza, que é controlada pelo Hamas, e ao norte, o Hezbollah.”
Ele revelou que, desde o início da guerra, em 7 de outubro do ano passado, Israel tem sofrido ataques quase diários.
“Muitas pessoas que moravam no norte de Israel tiveram que se deslocar devido à constante ameaça. Hoje, cerca de 80 mil famílias estão em hotéis e situações improvisadas, pois não podem retornar às suas casas.”
Márcio esclareceu que a nova fase da guerra se deve ao fato de que “Israel cansou de ser atacado diariamente”. Ele argumentou que “chega uma hora em que você diz basta”, e que a resposta israelense ao Hezbollah é uma forma de mostrar que o país não aceitará mais essa situação.
Sobre o clima atual em Israel, Márcio compartilhou que está em uma praça em Jerusalém, onde a rotina parece normal.
“O povo de Israel já vive essa situação há quase cinco mil anos. As pessoas estão confiantes no exército de defesa e continuam suas vidas. Estão andando pelas ruas, fazendo compras e levando crianças aos parques”, relatou.
Embora o turismo tenha sido afetado, Márcio observou que há uma tentativa de retomar as visitas. “Atualmente, há cerca de dez grupos de turistas no país, incluindo grupos de brasileiros. As igrejas e os sites turísticos estão abertos”, afirmou. Ele recomendou cautela para quem planeja visitar Israel em breve, sugerindo que aguardem algumas semanas para avaliar a situação.
“Se tudo se acalmar, o turismo deve voltar rapidamente, como já aconteceu após a pandemia de COVID-19. A Terra Santa é linda nesta época do ano, e a expectativa é que, até o início do próximo ano, a paz seja restabelecida”, concluiu.
Márcio, que também lembrou da caravana de peregrinação que partiu de Feira de Santana e não pode continuar a viagem por conta da guerra, deixou uma mensagem de esperança: “Acredito que em breve estaremos todos em paz e as pessoas poderão realizar o sonho de pisar na Terra Santa.”