Bolsonaro oficializa candidatura à reeleição em convenção do PL
Aos 66 anos, presidente sabe que precisará recuperar votos perdidos durante mais de três anos conturbados
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Walter Braga Netto (PL) lançaram candidatura à Presidência da República na manhã deste domingo (24), em uma chapa ‘puro sangue’. O evento reuniu aproximadamente 10.000 pessoas no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
Braga Netto, que atuou como ministro da Defesa e ex-assessor especial da Presidência da República, será o vice na chapa com Bolsonaro. O militar é um rosto conhecido na região fluminense.
Ele foi responsável por chefiar a intervenção federal no estado, em 2018. Na prática, o militar substituiu o então governador Luiz Fernando Pezão (MDB) nas decisões sobre a segurança pública durante o período. Além disso, ele atuou, ainda no Rio, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, em 2016.
A cerimônia começou com uma oração do deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP). Depois, Michelle passou a discursar. Após uma breve fala de Bolsonaro, citando uma passagem bíblica, Michelle Bolsonaro falou que ‘a reeleição não é por um projeto de poder, como muitos pensam, não é por status, porque é muito difícil estar desse lado. A reeleição é por um projeto de libertação’, disse.
Atrás do palco, imagem da bandeira do Brasil e foto do presidente apoiadores e o slogan “Pelo bem do Brasil”. A frase é da coligação da chapa de Bolsonaro, e tem como mote a tese de “luta do bem contra o mal”, que o mandatário tenta imprimir à eleição deste ano na disputa contra o petista.
O presidente escolheu o Rio de Janeiro, reduto onde construiu sua carreira política, para lançar candidatura ao Palácio do Planalto. Ao longo de sua fala no Maracanãzinho, Bolsonaro criticou o Supremo Tribunal Federal e convocou apoiadores a irem às ruas no 7 de Setembro, além disso também exaltou realizações do governo e fez elogios a lideranças políticas presentes ao evento, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“Vamos às ruas no 7 de Setembro pela última vez. Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis são os poderes Legislativo e Executivo”, afirmou. Ele voltou a defender eleições transparentes e fez os presentes repetirem a frase “Eu juro defender a minha liberdade”.
Ganharam espaço no palco principal o chefe do Executivo, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o indicado a vice na chapa, os 4 filhos de Bolsonaro e a dupla sertaneja Mateus e Cristiano cantando o jingle “Capitão do Povo”, feito em homenagem a Bolsonaro.
Entre os aliados que subiram ao palco estavam o presidente da Câmara, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), candidato de Bolsonaro no estado; o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde; Ciro Nogueira, da Casa Civil; Fábio Faria, das Comunicações; Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública; e Victor Godoy, da Educação.
Também estiveram por lá o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, que disputará o governo de São Paulo; o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina; o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef; e os deputados federais Hélio Lopes, Bia Kicis e Carla Zambelli.
Um dos políticos mais aplaudidos pelos presentes foi o deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 8 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado, por ataques aos ministros da corte. Um dia depois, no entanto, recebeu um indulto de Bolsonaro.
*Bahia.ba