Feira de Santana

Audiência Pública marca início de debate sobre mudanças na Micareta de Feira de Santana

A reunião, proposta pelo vereador Pedro Américo (Cidadania), reuniu representantes do poder público, sociedade civil, artistas e empresários do setor cultural

15/05/2025 16h23
Audiência Pública marca início de debate sobre mudanças na Micareta de Feira de Santana

A Câmara Municipal de Feira de Santana promoveu, na manhã desta quinta-feira (15), uma Audiência Pública que pode representar um novo capítulo para a Micareta, a maior festa popular do município. A reunião, proposta pelo vereador Pedro Américo (Cidadania), reuniu representantes do poder público, sociedade civil, artistas e empresários do setor cultural, com o objetivo de discutir o futuro da tradicional celebração feirense.

Durante o encontro, o diretor de eventos da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Naron Vasconcelos, classificou a audiência como um “grande start” para a reestruturação da Micareta, incluindo a possibilidade de mudança de data. A sugestão, feita recentemente pelo prefeito José Ronaldo, propõe a transferência da festa de abril para o mês de novembro.

“Na realidade, é um grande start para que a gente venha a discutir a mudança do calendário da Micareta, coisa que se arrasta há muito tempo. Diante da provocação do prefeito Zé Ronaldo em sugerir a mudança para novembro, nós estamos iniciando esse processo de forma muito acertada com essa audiência pública aqui na Câmara de Vereadores. Aqui estamos ouvindo a imprensa, o folião, e isso é essencial”, afirmou Naron.

Para ele, o debate deve avançar e contar com a criação de um comitê gestor para conduzir as discussões e propor soluções de forma coletiva.

“Isso terá que acontecer. Esse comitê tem que ser formado, porque muita coisa terá que ser discutida. Já em 2009, quando ainda atuava como diretor de eventos a presidente da Bahiatursa, que fez um diagnóstico e apontou a necessidade de profissionalização e repaginação da Micareta, mas, infelizmente, nada foi feito”, lamentou.

Sobre a mudança de data, Naron se mostrou otimista. “Não há fatores negativos para que isso aconteça. Todos os fatores são positivos. Acredito que agora estamos no caminho certo. A semente foi plantada hoje, e em um terreno muito fértil.”

A produtora cultural Patrícia Sangalo, que também participou da audiência, defendeu a criação de um comitê gestor com caráter de curadoria e escuta social.

“Inicialmente pensei numa associação civil, mas a proposta do comitê gestor veio para provocar essa reflexão. A ideia é diagnosticar o que a Micareta precisa e apresentar reivindicações como um espelho da sociedade”, explicou.

Patrícia, que já foi produtora de blocos, afirmou não acreditar no retorno dos tradicionais blocos com grandes atrações e abadás.

“Hoje vivemos um novo processo social. As pessoas não querem mais esse modelo. Os blocos atuais são como o ‘Lá Vem Elas’, que surgem com outras motivações, como a união de amigos ou causas sociais. O modelo antigo, focado em cordas e ídolos, está defasado”, avaliou.

Ela também destacou que, mesmo sem conhecimento técnico para estruturar a criação de um comitê, confia que esse modelo pode ser eficaz ao incluir a sociedade de forma mais ampla.

“Tivemos um comitê no Carnaval de Salvador que trouxe muitas contribuições. Aqui, podemos construir algo semelhante, ouvindo diretamente a população.”

Organizar as sugestões apresentadas, visando um novo debate, desta feita com o Poder Executivo. Este, segundo o vereador Pedro Américo (Cidadania), deve ser o próximo passo a ser dado pelo movimento proporcionado pela Câmara Municipal, através de audiência pública.

Ele ressaltou que é papel da Câmara ter “capacidade de ouvir as opiniões e sugestões mais diversas e, em relação à micareta e ao setores envolvidos em sua realização, não poderia ser diferente”.

Ao lembrar que trata-se da festa mais importante do Calendário Municipal, o vereador afirmou saber das dificuldades em torno da produção cultural em Feira, pois a maior parte ocorre de forma independente:

“Ou seja, as pessoas se organizam e fazem. Então, é preciso que o poder público busque caminhos para fortalecer aquilo que Feira já tem. E o que temos, em todas as áreas culturais, é de muita qualidade”. Ele reforçou que uma de suas pretensões, é continuar promovendo momentos para ouvir a sociedade sobre melhorias em relação à festa.

*Com informações do repórter Rafael Marques

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