Ativista social comenta remoção de pessoas em situação de rua durante Jogos Olímpicos de Paris
Suzete Lima, ativista social, comentou sobre uma limpeza que afetou os moradores de rua, principalmente nas áreas turísticas.
A realização dos Jogos Olímpicos de Paris trouxe à tona um debate sobre a gestão da população em situação de rua na cidade. Suzete Lima, ativista social, comentou sobre uma limpeza que afetou os moradores de rua, principalmente nas áreas turísticas.
“Estamos vendo uma verdadeira operação de ‘limpeza’ nas ruas de Paris. Pessoas que enfrentam dificuldades e vivem nas ruas foram removidas, não para oferecer assistência, mas para escondê-las dos olhos dos milhões de visitantes que vieram acompanhar os Jogos Olímpicos.”
De acordo com a ativista, o fenômeno é uma prática comum em grandes eventos internacionais, como as Olimpíadas, onde cidades anfitriãs tentam ocultar a pobreza e melhorar a imagem para os turistas.
“Paris tem uma população significativa de pessoas em situação de rua, tanto franceses quanto imigrantes. Nos últimos dois meses, testemunhamos uma movimentação em grande escala, com pessoas sendo deslocadas de pontos turísticos e enviadas para locais mais distantes, como Orleans,” explicou.
Durante o evento, a situação se agravou com o aumento dos preços e a dificuldade de acesso para quem vive nas ruas.
“Os preços dos hotéis em Paris dispararam, tornando ainda mais difícil para os moradores de rua e imigrantes que já enfrentam dificuldades financeiras. As barracas montadas pelos movimentos de apoio, como o Movimento Sem Teto, foram removidas rapidamente,” relatou a ativista.
Suzete também mencionou a atuação das equipes de assistência social e das ONGs, que trabalharam durante a madrugada para oferecer suporte aos mais necessitados.
“Vi equipes tentando ajudar as pessoas deslocadas. No entanto, os acampamentos improvisados, como o do Movimento Sem Teto, foram desmontados antes que pudessem fazer uma grande diferença,” afirmou.
A ativista ressaltou a discrepância entre a realidade dos moradores de rua e a imagem promovida pela cidade durante o evento.
“Enquanto os hotéis e serviços turísticos prosperam, as pessoas que não têm casa são empurradas para fora dos pontos turísticos. Isso não é apenas uma questão de limpeza social, mas também de desigualdade profunda que afeta a cidade,” concluiu.
Em um panorama mais amplo, Suzete observou que eventos de grande porte frequentemente resultam na marginalização dos mais pobres, um fenômeno observado também em outras edições dos Jogos Olímpicos, como no Rio de Janeiro.
“Os Jogos Olímpicos são uma celebração global, mas também revelam as falhas na gestão urbana e nas políticas sociais. A verdade é que os mais vulneráveis são sempre os mais afetados,” finalizou.
*Com informações de Jorge Biancchi, direto de Paris