Atenção aos pés de diabéticos: Cuidados simples podem prevenir amputações, alerta especialista
Estima-se que entre 19% e 34% dos diabéticos possam desenvolver uma úlcera nos pés ao longo da vida
“As pequenas alterações geram grandes complicações.” A frase da estomaterapeuta e feridóloga Áquilla Chahinne resume a urgência sobre o pé diabético, uma das principais causas de amputações no Brasil entre pacientes com diabetes.
De forma clara e acessível, a especialista — conhecida pelo trabalho à frente da clínica Dr. Curativos — explicou o que é o pé diabético, os riscos associados e como a prevenção pode salvar vidas e evitar sofrimento.
“O pé diabético é, basicamente, um ferimento crônico, uma úlcera, que demora a cicatrizar e que aparece com muita frequência em pessoas com diabetes. Estima-se que entre 19% e 34% dos diabéticos possam desenvolver uma úlcera nos pés ao longo da vida”, explicou a Dra. Áquilla. “O dado mais alarmante é que 85% dessas úlceras podem evoluir para amputação se não forem tratadas corretamente.”
A especialista destaca que a glicemia descontrolada é o ponto de partida para a maioria das complicações.
“A alta taxa de açúcar no sangue compromete a circulação e os nervos dos pés. Isso leva à neuropatia diabética, que é a perda de sensibilidade, e à doença arterial obstrutiva, que impede a chegada adequada de sangue nos pés. A junção disso tudo com pequenos ferimentos pode ser catastrófica.”
Ela ilustra com um caso vivido em consultório: “Uma paciente teve parte do pé amputado após uma infecção causada por um simples corte ao fazer as unhas.”
Sinais de alerta
Entre os sinais que devem acender o alerta estão:
- Rachaduras ou calos nos pés;
- Unhas engrossadas ou com fungos;
- Pele esbranquiçada entre os dedos (excesso de umidade);
- Feridas que demoram a cicatrizar;
- Coloração alterada dos pés (muito pálidos ou escurecidos);
- Presença de dor, cãibras, dormência ou sensibilidade extrema nos pés.
“Esses são sinais que não podem ser ignorados. E o diabético, todos os dias, precisa fazer uma inspeção dos pés. É o hábito que pode evitar que uma micose leve evolua para uma amputação”, reforçou.
A neuropatia, segundo ela, é silenciosa. “Muitos pacientes não sabem que têm. Tivemos um caso de um homem que passou dias andando com um prego encravado no pé sem perceber. Só notou o machucado quando já estava infeccionado.”
Medidas preventivas
Dra. Áquilla deixou uma série de orientações práticas:
- Verificar os pés todos os dias;
- Evitar meias apertadas;
- Escolher calçados com solado rígido e que não causem calos;
- Hidratar a pele dos pés com frequência;
- Secar bem entre os dedos após o banho;
- Cortar as unhas com cuidado, evitando cortes muito fundos;
- Nunca fazer escalda-pés com água muito quente (pelo risco de queimaduras em quem tem perda de sensibilidade).
Além disso, ela alertou sobre os perigos das “receitinhas caseiras”: “Já atendi paciente que perdeu parte do pé após usar compressa quente demais. Com a neuropatia, ele não sentiu que estava se queimando.”
“O tempo é crucial. Entre cicatrizar e amputar, a diferença está no tempo em que se começa o tratamento. Inspecionar os pés e procurar ajuda aos primeiros sinais é o que pode salvar esse paciente de complicações maiores.”
A Dra. Áquilla finalizou reforçando a importância do atendimento profissional. “Infelizmente, ainda há uma carência de especialistas que façam o acompanhamento preventivo. Nós, da equipe do Dr. Curativos, estamos de portas abertas para orientar e tratar antes que o pior aconteça.”
Serviço
Dr. Curativos – Tratamento de Feridas e Pé Diabético
📍 Avenida Getúlio Vargas, 792 – Edifício Ícone, Sala 1107
📞 (75) 99300-9473