Arquitetura para a Geração Y: casas compactas, funcionais e adaptadas à nova realidade
A forma de morar mudou significativamente, refletindo os estilos de vida mais flexíveis, urbanos e conectados dessa faixa etária.
No quadro Home News, a arquiteta Carina Macêdo trouxe reflexões importantes sobre as transformações da arquitetura contemporânea a partir dos novos hábitos da chamada geração millennial ou geração Y, formada por pessoas atualmente entre 30 e 40 anos. Segundo ela, a forma de morar mudou significativamente, refletindo os estilos de vida mais flexíveis, urbanos e conectados dessa faixa etária.
“Uma das características mais marcantes dessa geração é ter entrado um pouco mais tarde no mercado de trabalho e, consequentemente, ter saído da casa dos pais também mais tarde”, explicou Carina. Outro ponto destacado é a mudança na concepção de família: “São novas configurações familiares, compostas muitas vezes por um casal sem filhos ou uma pessoa sozinha com seu pet. Isso muda tudo na hora de pensar um projeto arquitetônico.”
Diante dessas mudanças, a casa ideal para os millennials é compacta e prática. “Hoje, o mercado oferece imóveis menores, de dois quartos, com ambientes funcionais e bem planejados. Isso porque essa geração preza por qualidade de vida, por lazer. O tempo que antes seria gasto limpando uma casa grande, agora é investido em uma viagem, em atividade física, em experiências”, comentou a arquiteta.
Carina ressaltou que conforto e bem-estar não estão necessariamente ligados ao tamanho do imóvel.
“Podemos ter uma casa compacta que ofereça acolhimento. Plantas, redes, iluminação adequada e até a localização dentro de um condomínio com área de lazer, piscina, academia. Tudo isso contribui para a qualidade de vida.”
Outro aspecto que influencia diretamente na arquitetura voltada para os millennials é a presença dos animais de estimação.
“O pet ganhou o status de filho. Muitos clientes me pedem um espaço pensado exclusivamente para o animal. Seja um quarto, seja a escolha dos tecidos dos móveis mais resistentes a arranhões ou antialérgicos. Já projetei inclusive um cômodo inteiro para três gatos, com marcenaria feita especialmente para eles”, revelou.
Com o avanço da tecnologia e o crescimento do trabalho remoto, os projetos arquitetônicos também precisam considerar espaços dedicados ao home office.
“Essa geração flutua entre empregos presenciais e remotos, entre CLT e PJ. Então, mesmo que a pessoa não esteja trabalhando de casa hoje, pode passar a trabalhar amanhã. Por isso é importante planejar um pequeno espaço adaptável, pode ser uma mesinha no corredor ou um canto no quarto, que esteja pronto para isso”, disse.
Ela também chamou atenção para o cuidado com a saúde mental: “É papel da arquitetura ajudar a delimitar os espaços de trabalho e descanso dentro de casa. Essa separação é essencial para o equilíbrio emocional.”
Para quem quiser conhecer mais do trabalho da arquiteta Carina Macêdo, basta seguir o perfil @carinamacedoarq no Instagram.