Arquiteta destaca o papel da arquitetura afetiva na criação de lares com identidade e bem-estar
Especialista explica como personalizar ambientes resgatando memórias, aplicando sustentabilidade e promovendo conexão emocional com os moradores
No quadro Home News, a arquiteta Carina Macêdo compartilhou sua experiência e visão sobre a tendência crescente da arquitetura afetiva. Ela destacou como este conceito tem se contraposto à padronização estética, criando ambientes que promovem bem-estar e conexão emocional com os moradores.
“A arquitetura afetiva é justamente o contrário da padronização. O que a gente vê hoje são fachadas quadradas, janelas espelhadas, muitas vezes sem identidade. A proposta afetiva vem para personalizar, trazendo elementos que correspondam emocionalmente a quem vive naquele espaço”, explicou.
A arquiteta contextualizou o surgimento das construções padronizadas, associando-as ao período pós-guerra na Europa, quando a funcionalidade ganhou mais importância do que a estética. No entanto, Carina observa que, nos últimos anos, tem havido um movimento de retorno às raízes, com casas que refletem a personalidade dos moradores.
“Estamos vendo um retorno de cores fortes, telhados cerâmicos aparentes e esquadrias quadriculadas. É a casa voltando a ser um lar com identidade”, comentou.
Sustentabilidade e memória afetiva
Carina destacou também a importância de integrar práticas sustentáveis aos projetos de arquitetura afetiva.
“Placas solares, hortas caseiras, reutilização de móveis antigos e até árvores frutíferas fazem parte dessa tendência. Sustentabilidade também é resgatar o que tem valor afetivo e dar novo uso”, pontuou.
O processo de personalização, segundo a arquiteta, envolve conhecer a história de vida dos clientes. “Muitos chegam dizendo que querem um piso igual ao da casa da mãe ou plantas do jardim dos avós. É um trabalho rico, porque cada detalhe conta uma história e traz memórias afetivas”, afirmou.
Desafios e novas tecnologias
Ao ser questionada sobre os desafios de alinhar funcionalidade, sustentabilidade e afetividade, Carina destacou que compreender as necessidades dos clientes é a parte mais complexa.
“Às vezes, nem eles sabem o que realmente querem. Nosso trabalho é juntar as peças e criar um espaço que os satisfaça em todos os aspectos”, disse.
A tecnologia também foi mencionada como aliada na criação de lares personalizados.
“Hoje, temos assistentes virtuais como Alexa e eletrodomésticos inteligentes que facilitam a rotina, sem perder a essência afetiva dos espaços”, acrescentou.
Tendências pós-pandemia
A pandemia trouxe mudanças significativas no modo como as pessoas enxergam suas casas. Segundo Carina, o conceito de arquitetura afetiva ganhou força nesse período.
“Muitos repensaram seus lares durante o isolamento, e essa reflexão tem se mantido, com espaços que privilegiam detalhes afetivos e duradouros.”
Entre as tendências destacadas, a arquiteta mencionou a ampliação de cozinhas, consideradas o “coração da casa”, e a busca por ambientes que vão além do funcional.
“As pessoas querem lugares onde possam criar memórias com a família e amigos, como as cozinhas amplas que remetem às casas de nossas avós”, revelou.
Para mais dicas e inspirações, Carina convida a todos a acompanharem seu trabalho pelo Instagram, no perfil @carinamacedoarquitetura.