Arquiteta destaca como o design acessível contribui para segurança e bem-estar a longo prazo
Um dos principais desafios para adaptar uma casa é torná-la funcional para o presente e o futuro.
No quadro Home News, a arquiteta Isabela Meireles abordou o impacto da acessibilidade em residências, enfatizando que o design não deve se restringir à estética, mas também ao bem-estar e funcionalidade dos ambientes para todos, inclusive idosos e pessoas com mobilidade reduzida.
“Arquitetura não é só o belo estético, mas principalmente trazer bem-estar para quem vai morar e usar os ambientes”, destacou Isabela.
Segundo a arquiteta, um dos principais desafios para adaptar uma casa é torná-la funcional para o presente e o futuro.
“Todos nós queremos envelhecer, então é importante projetar uma casa para ser funcional a longo prazo. Circulações amplas e portas maiores, por exemplo, ajudam quem tem mobilidade reduzida e aqueles que podem vir a ter limitações”, afirmou ela.
Práticas que podem salvar vidas
Isabela compartilhou dicas práticas para tornar as casas mais seguras. Uma delas é a escolha de pisos antiderrapantes em áreas de circulação para reduzir o risco de quedas, problema especialmente sério entre os idosos.
“Evitar pisos polidos em áreas úmidas, como banheiros, ajuda muito. Até pequenos ajustes, como tapetes antiderrapantes, fazem a diferença”, orientou.
Além da escolha dos materiais, Isabela reforçou a importância de móveis leves e de manter os corredores livres de obstáculos, o que contribui para a mobilidade e a segurança de todos. Ela lembra que quedas domésticas são responsáveis por milhares de mortes ou lesões graves em idosos e que um projeto com acessibilidade pode reduzir esses riscos significativamente.
Adaptações e acessibilidade: uma necessidade, não um luxo
Quando questionada sobre adaptações em imóveis prontos, Isabela explicou que instalar barras de apoio em banheiros e ajustar a altura de bancadas podem ser passos acessíveis e eficazes para aprimorar a acessibilidade.
“Prestar atenção nas normas, como a NBR 9050, e adaptar as portas para uma largura mínima de 80 cm, pode evitar riscos e facilitar o acesso de cadeirantes”, explicou.
Para ela, acessibilidade não significa sacrificar a beleza dos ambientes. “Podemos unir funcionalidade e estética. Por exemplo, optar por pisos amadeirados ou texturizados em locais abertos adiciona beleza e segurança ao espaço”, destacou.
Planejamento: a chave para uma casa duradoura
Isabela também ressaltou a importância de pensar na acessibilidade desde o planejamento inicial de uma construção. Ela sugere evitar degraus e desníveis no projeto e, caso o terreno exija, planejar uma rampa de acesso.
“A compra do terreno é essencial. Posições e desníveis do lote impactam diretamente no conforto e no projeto. Participar dessa escolha com o cliente é algo que valorizo”, acrescentou.
A arquiteta concluiu com uma reflexão sobre a durabilidade dos projetos: “Pensar na arquitetura como um bem-estar duradouro é essencial. Queremos que a casa seja um espaço seguro e confortável para a vida toda.”