Arcebispo de Feira de Santana analisa decisão sobre descriminalização da maconha para uso pessoal
A posição do arcebispo reflete não apenas a doutrina da igreja, mas também uma preocupação profunda com o bem-estar das pessoas
O arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni, posicionou-se contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, em uma entrevista ao portal De Olho na Cidade. Ele destacou a posição da Igreja Católica sobre o tema, enfatizando os desafios sociais enfrentados pelo Brasil.
“A igreja tem uma posição muito clara e bem definida, erguendo-se contra a descriminalização do uso de drogas, tanto em Feira quanto em Salvador e Roma. Compreendemos a complexidade da realidade brasileira, marcada pelo sofrimento e pelo extermínio da juventude, especialmente a juventude negra, envolvida com as drogas.”
Dom Zanoni prosseguiu expressando suas preocupações com as consequências sociais da liberalização das drogas, observando que as leis de porte muitas vezes penalizam mais os pobres do que os ricos. Ele ressaltou a importância de iniciativas de apoio aos dependentes químicos e de cuidado com as pessoas, como a Fazenda Esperança e outras organizações locais.
“Entendemos que a abordagem não deve se limitar à criminalização, mas sim ao cuidado integral da pessoa e de sua integridade. O Papa Francisco, em seu recente discurso, reforçou esses princípios de defesa da vida e das pessoas, destacando a necessidade de uma resposta inteligente e comprometida diante dessa realidade complexa.”
Ao refletir sobre a posição do Papa Francisco, Dom Zanoni destacou que a Igreja continua comprometida em defender a dignidade humana e buscar soluções que não aumentem o encarceramento em um país já marcado pela alta população carcerária.
*Com informações do repórter Robson Nascimento