Uefs divulga carta aberta em defesa da democracia e da liberdade de expressão
A instituição repudiou as atitudes e reiterou ainda que o espaço da universidade é “consagrado na Constituição Federal como campo do livre pensar e da livre manifestação”
A Reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) divulgou em uma carta aberta à sociedade, que tem sido vítima de intimidações de um grupo de pessoas que se identificam com ideias de ultra-direita. Na última segunda-feira (17), dois homens teriam invadido a sala da secretária do reitor, para questionar uma faixa com o dizer “Fora Bolsonaro”, de autoria da Associação dos Docentes da Uefs.
Segundo Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (ADUFS), os homens adentraram no local constrangendo servidores com gravação de imagem em celular, enquanto faziam questionamentos sobre a faixa. Foi preciso que o reitor Evandro do Nascimento exigisse que os dois homens desligassem o celular e parassem com o constrangimento no ambiente de trabalho da instituição.
Minutos após a saída dos homens do gabinete da reitoria, a vigilância da instituição teria registrado a ação dos mesmos homens retirando uma faixa na universidade.
Na carta aberta, a instituição afirmou que o episódio é algo muito mais sério do que uma implicância com uma faixa e classificou a situação como um sinal evidente de perigo para a universidade e para a democracia
“É preciso denunciar que estamos diante de um caso que nos serve de alerta para a existência em nossa sociedade de grupos de extrema-direita que atuam politicamente com ódio aos que pensam diferente, se tornaram sectários quanto a suas ideias, a ponto de não admitir manifestações de opinião que os desagrade”, diz trecho da carta.
A instituição repudiou as atitudes e reiterou ainda que o espaço da universidade é “consagrado na Constituição Federal como campo do livre pensar e da livre manifestação”. “É a porta da barbárie se abrindo para ceifar a ínfima parcela de sociedade civilizada e de democracia que ainda resta no nosso país”, concluiu a carta.