Anvisa aprova uso do Mounjaro para tratamento da obesidade e sobrepeso no Brasil
A Anvisa reforça que o uso do Mounjaro deve ser feito com prescrição e acompanhamento médico, respeitando os critérios clínicos e legais estabelecidos pela nova regulamentação.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em junho, a Resolução nº 2.144/2025, que autoriza oficialmente o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para tratamento da obesidade e do sobrepeso. Inicialmente liberado apenas para pacientes com diabetes tipo 2, o medicamento agora poderá ser prescrito a pessoas com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 (obesidade) ou a partir de 27 (sobrepeso), desde que apresentem alguma comorbidade relacionada ao excesso de peso.
A endocrinologista Dra. Ana Mayra explicou os critérios definidos pela Anvisa:
“A nova resolução da Anvisa realmente permite a utilização da tirzepatida para o tratamento da obesidade e do sobrepeso. Antes, ela era autorizada apenas para indivíduos com diabetes tipo 2. Agora, pode ser usada por pacientes com obesidade ou sobrepeso, desde que tenham pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso”, afirmou a médica.
Comorbidades são condições que podem se agravar com o excesso de peso, como hipertensão, dislipidemias, doenças ortopédicas, entre outras.
“O simples fato de ter um IMC elevado não é suficiente para a prescrição. É necessário que o paciente passe por avaliação médica criteriosa. Infelizmente, temos visto muita automedicação, sem exames prévios ou acompanhamento profissional, o que é um risco à saúde”, alertou a endocrinologista.
A medicação é indicada para maiores de 18 anos, sendo que estudos clínicos mostraram boa tolerância também na população idosa.
“Os estudos mais recentes mostram que o Mounjaro atua diretamente em dois hormônios que regulam o apetite e a ansiedade. Isso traz efeitos importantes, não apenas na perda de peso, mas também na redução da hemoglobina glicada, controle da pressão arterial e melhora do perfil lipídico”, explicou Dra. Ana Mayra.
Apesar da aprovação pela Anvisa, a compra do Mounjaro continua restrita: é necessária receita médica especial em duas vias, com registro obrigatório no sistema da própria Anvisa.
“É um medicamento de venda controlada, que exige todo um protocolo de segurança. E ainda não está disponível pelo SUS”, destacou a médica.
Outro desafio é o preço. Uma única caneta do medicamento pode custar entre R$ 1.000 e R$ 1.400 nas farmácias. O alto custo ainda é um obstáculo para muitos pacientes que poderiam se beneficiar do tratamento.
A Anvisa reforça que o uso do Mounjaro deve ser feito com prescrição e acompanhamento médico, respeitando os critérios clínicos e legais estabelecidos pela nova regulamentação.
*Com informações do repórter Matheus Gabriel