Saúde

Anvisa aprova primeiro medicamento injetável contra o HIV

Cabotegravir é uma terapia conhecida como profilaxia pré-exposição (PrEP) e é mais prático e eficaz do que os remédios orais existentes hoje para prevenção de infecções pelo vírus causador da Aids.

10/06/2023 16h53
Anvisa aprova primeiro medicamento injetável contra o HIV
Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro medicamento injetável contra o HIV no Brasil. O cabotegravir é uma profilaxia pré-exposição (PrEP), ou seja, possui uma função de prevenção contra eventuais infecções pelo vírus causador da Aids.

A autorização para uso do medicamento no Brasil foi dada à farmacêutica britânica GSK. O registro do novo remédio foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 5 de junho. Ainda não há uma data para o início da comercialização no Brasil.

A PrEP injetável é considerada a mais recente inovação para prevenção do HIV, já que ainda não há uma vacina disponível contra o vírus.

Em 2021, o medicamento recebeu aprovação do FDA, agência reguladora dos Estados Unidos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso do cabotegravir para prevenção contra o vírus HIV em 2022.

Também no ano passado, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Unitaid, uma agência global de saúde ligada à OMS, anunciaram um estudo de implantação do remédio no Brasil, para avaliar a viabilidade de implementação no Sistema Único de Saúde (SUS).

Hoje, a prevenção da infecção pelo HIV no Brasil é feita com a PrEP oral, uma combinação de dois remédios (tenofovir/entricitabina, conhecida como Truvada), disponibilizados gratuitamente pelo SUS.

O objetivo da PrEP é preparar o corpo para enfrentar um possível contato com o HIV – como uma relação sexual em que há risco de contato com o vírus, por exemplo.

Qual a diferença para os remédios atuais?

As diferenças entre o cabotegravir e os medicamentos existentes hoje são, basicamente, duas: o novo remédio é injetável e de ação prolongada. A principal vantagem disso é uma melhor adesão ao tratamento e à comodidade de tomar um remédio que faça efeito a médio e longo prazo.

As duas primeiras doses são aplicadas com quatro semanas de intervalo, seguidas de uma injeção a cada oito semanas. As aplicações são intramusculares na região dos glúteos.

Os medicamentos usados hoje para prevenir o HIV, em terapias conhecidas como profilaxia de pré-exposição (PrEP), são de uso oral e precisam ser tomados todos os dias para ter efeito.

O cabotegravir mostrou-se “seguro e altamente eficaz” em dois testes clínicos com mulheres, homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans que fazem sexo com homens. Os estudos foram feitos, inclusive, no Brasil – em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Após os ensaios, os pesquisadores concluiram que a eficácia do cabotegravir é 69% maior em comparação com os comprimidos orais diários.

*G1

Comentários

Leia também

Saúde
Óculos de sol: Oftalmologista esclarece mitos e verdades sobre a proteção ocular

Óculos de sol: Oftalmologista esclarece mitos e verdades sobre a proteção ocular

O uso de óculos de baixa qualidade pode acelerar o desenvolvimento de condições como...
Saúde
Especialistas dão dicas para cuidar da saúde intestinal durante as festas de fim de ano

Especialistas dão dicas para cuidar da saúde intestinal durante as festas de fim de ano

Especialista explica que ativos como probióticos, probióticos, enzimas e fitoterápicos...
Saúde
Cardiologista alerta sobre desafios e cuidados essenciais para manter a saúde em 2025

Cardiologista alerta sobre desafios e cuidados essenciais para manter a saúde em 2025

O cardiologista Dr. Israel Reis destacou que o tema central seria o "desafio de se manter...