Polícia

Alvo de operação da PF, tenente-coronel expressa surpresa com investigação

O tenente-coronel defendeu sua integridade e reputação, negando qualquer envolvimento em atividades ilícitas.

10/04/2024 10h15
Alvo de operação da PF, tenente-coronel expressa surpresa com investigação
Foto: Jorge Biancchi

Na última terça-feira (9), foi deflagrada a Operação Hybris, desdobramento da operação El Patron, visando desarticular uma organização criminosa atuante em Feira de Santana e região, especializada em lavagem de capitais e outras infrações penais.

Durante a operação, foram identificados cinco policiais militares do estado da Bahia, suspeitos de integrarem o braço armado do grupo criminoso. Segundo a Polícia Federal, eles estariam responsáveis por garantir a segurança das atividades ilícitas da organização.

Alvo da operação, o tenente-coronel José Hildon Brandão Lobão, coordenador do Departamento de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar da Bahia, expressou surpresa com a ação policial, destacando que não tinha conhecimento do envolvimento de seu nome no processo.

“Nós não tínhamos conhecimento da ventilação do nosso nome nesse processo. Então tomamos como surpresa ontem de manhã quando minha esposa bastante nervosa, se tremendo toda, me diz que a Polícia Federal tinha ido lá cumprir o mandado de busca e apreensão.”

Lobão defendeu sua inocência, explicando que a compra de um terreno mencionada nas investigações foi feita de forma legal e transparente, em maio do ano anterior, em acordo com o deputado estadual Binho Galinha.

“Quando nós tivemos acesso aos autos o que tem é que eu comprei um terreno na mão do deputado Binho em 30 de maio do ano passado quando nós estávamos em São José e o deputado Binho passou parou, nos cumprimentou e minha esposa, ela estava bastante constrangida em reentregar o ponto que ela já trabalhava há vinte e três anos com uma empresa de mármores, granito, vidros, móveis com pré-moldados e as máquinas são grandes pra cortar o granito, então, ela precisava de uma área e aí ela disse pra ele isso, ele falou que estava com alguma dificuldade da campanha, que tinha gastado muito, que estava se desfazendo de alguns terrenos e levou a gente para ver esse terreno lá no fundo do Novo Horizonte e aí acertamos a compra , que foi justa, correta. Ele me mostrou que o terreno era dele, eu fui no cartório, verifiquei e foi feita a compra, inclusive eu pedi a ele que parcelasse porque nós não tínhamos aquele dinheiro naquele momento total, ele parcelou e todo mês uma parte minha e uma parte da minha mulher por isso que o terreno tem meu nome e o nome dela.”

O tenente-coronel expressou sua indignação com a falta de comunicação prévia da polícia sobre as dúvidas levantadas no processo, ressaltando sua disposição para colaborar com as autoridades e esclarecer quaisquer questões pendentes.

“Eu quero deixar claro aqui que eu tenho residência fixa, inclusive eles foram na minha residência, eu sou funcionário público e eu posso ser intimado pela repartição a qual eu trabalho, principalmente a Polícia Militar quando intimada tem que apresentar os seus quadros. Por que de um fato que gerou uma dúvida não me chamaram pra esclarecimento, não me intimaram para ter maiores dados sobre aquelas dúvidas e esclarecer aquela dúvida. Porque tá lá, eu sou tenente coronel, comandei a 65ª e deveria saber que ali estava lavando dinheiro e ocultando bens. Como é que eu trabalho no ostensivo, a polícia militar é ostensiva, a polícia militar não participa de investigação. Eu não recebi nenhum release e nenhum informativo da investigação que estava ocorrendo contra o deputado Binho, aliás toda sociedade só soube disso em dezembro do ano passado quando estourou as prisões e mandatos cumpridos. Como é que eu ia saber?”

Sobre as investigação que apontam que policiais estariam fazendo integrariam o braço armado do grupo, o tenente-coronel Lobão informou que a ele consta apenas a questão vinculada a compra do terreno.

“Quanto a mim só foi a compra do terreno, legal, preço justo, registrada em cartório e feito o documento, só em relação a isso e desafio que apareça quem já me viu invadindo terreno, quem já me viu agiotando, como está na acusação, matando, extorquindo, eu desafio quem já me viu que bote a cara e me acuse.”

Lobão informou que estará à disposição do juiz e do delegado para prestar os esclarecimentos necessários.

“Os meus advogados vão oficiar agora de manhã tanto ao juiz quanto ao delegado a minha predisposição em ir a hora que quiser, o dia que quiser, para qualquer esclarecimento das dúvidas que tem.”

O tenente-coronel defendeu sua integridade e reputação, negando qualquer envolvimento em atividades ilícitas.

“Eu tenho uma conduta ilibada, eu sou um homem que preza pela legalidade e pela coisa correta, aprendi com meus pais. É essa a minha conduta e Feira de Santana testemunha isso, todos os dias eu trabalhando aqui ou na minha vida particular. Feira de Santana o que ver de mim é isso, então eu fiquei deveras chateado, porque um fato desse, um esclarecimento de uma compra de um terreno eu poderia ser intimado no processo e não me intimaram, preferiram o quê? Não, ele é tenente coronel, ele deveria saber, ele não deveria fazer porque ele é tenente-coronel e cadê a prova cabal pra se justificar uma busca e apreensão em sua casa por que que não me intimou no processo?”

Ele também lamentou a repercussão negativa que o caso teve em sua reputação.

“Mancharam minha credibilidade, mas aquelas pessoas ciumentas, invejosas da minha postura, da minha pessoa aquelas pessoas que se colocaram como inimigas, porque eu não tenho inimigo, mas tem pessoas que se colocam como inimigos e pegaram uma matéria, que mandaram uma foto minha interna da corporação e se espalhou que eu sou miliciano. Pegaram essa matéria e espalharam na Bahia e no Brasil. Isso maculou a imagem, porque dez mil pessoas viram aquela mentira, mas quando eu tiver o direto de resposta 300 pessoas vão ver, então maculou minha imagem de 38 anos de corporação, de um bom pai, de um bom social e acima de tudo um homem correto.”

*Com informações Jorge Biancchi

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