No quadro Momento IDM Cardio, o médico cardiologista Dr. Germano Lefundes falou sobre como tornar a alimentação um fator de proteção para a saúde do coração.

“A alimentação deve estar no foco do cuidado cardiovascular, pois o que comemos influencia diretamente nossa pressão arterial, nível de glicemia e colesterol”, afirmou o especialista.

Dr. Germano destacou a importância de uma alimentação equilibrada e saudável, alertando para os riscos que os maus hábitos alimentares podem trazer ao longo da vida.

“Quanto mais tempo nos submetemos a uma alimentação ruim, ao sedentarismo e ao cigarro, maior a chance de desenvolvermos doenças cardiovasculares, que são as principais causas de morte no mundo”, explicou o cardiologista.

O especialista também chamou a atenção para a relação entre o consumo excessivo de calorias e o sedentarismo.

“Nossa sociedade consome mais calorias do que o necessário e, com o sedentarismo crescente, essa conta não fecha. Precisamos gastar mais calorias do que ingerimos, o que não acontece em um estilo de vida cada vez mais sedentário”, comentou.

Pequenas mudanças, grandes impactos

Dr. Germano enfatizou que pequenas mudanças nos hábitos alimentares podem fazer uma grande diferença. “Não precisamos cortar tudo de uma vez. Começar com mudanças simples, como substituir um lanche pouco saudável por uma fruta, já traz um impacto significativo”, sugeriu.

Ele explicou que o paladar pode se adaptar às mudanças gradualmente, permitindo que as pessoas façam escolhas mais saudáveis sem abrir mão de momentos de prazer.

“Se você adoça o café com duas colheres de açúcar, tente reduzir para uma. Essa pequena alteração, feita diariamente, já trará benefícios para a saúde”, aconselhou.

Mitos sobre o consumo de álcool

Quando questionado sobre o consumo de vinho e seus supostos benefícios para o coração, Dr. Germano foi cauteloso.

“Existem substâncias no vinho que podem ser benéficas, mas elas também estão presentes no suco de uva integral. Não é adequado recomendar o consumo de álcool para prevenção cardiovascular. O melhor é que o paciente, se consumir, o faça de forma esporádica e em pequenas quantidades”, explicou.

Ele reforçou que o objetivo não é eliminar completamente prazeres como o consumo de doces ou bebidas alcoólicas, mas sim equilibrar esses hábitos.

“O problema não é comer um hambúrguer ou uma pizza ocasionalmente, mas sim fazer disso um hábito diário. Pequenas mudanças permitem que a pessoa viva socialmente e tenha uma saúde cardiovascular adequada”, pontuou.

A questão do jejum intermitente

Outro ponto abordado foi o jejum intermitente, uma prática que tem ganhado popularidade. “O jejum intermitente pode ser benéfico para algumas pessoas, mas não é uma solução universal. Dietas diferentes podem funcionar para perfis diferentes de pacientes. O importante é reduzir o excesso de calorias e optar por alimentos menos industrializados e mais naturais”, disse Dr. Germano.

Ao final, o cardiologista reforçou que uma alimentação balanceada é essencial para uma boa saúde física e mental. “A alimentação tem um impacto profundo na nossa saúde. Pequenas mudanças feitas todos os dias podem nos ajudar a ter uma vida longa e saudável”, concluiu Dr. Germano Lefundes.