Alimentação e cicatrização: Especialista alerta para cuidados com os alimentos típicos da Semana Santa
Estomaterapeuta e feridóloga, Dra. Áquilla Chahinne destaca os alimentos que dificultam a recuperação de feridas e orienta sobre escolhas mais saudáveis durante o feriado religioso.
A Dra. Áquilla Chahinne, estomaterapeuta e feridóloga, alertou sobre os impactos da alimentação no processo de cicatrização, especialmente em períodos como a Semana Santa, quando o consumo de determinados alimentos típicos pode comprometer a recuperação de pacientes.
“A alimentação vai ser fundamental no processo da cicatrização”, afirmou a médica. “Se você pede alguém para fazer uma construção e não dá os materiais, fica difícil. O mesmo vale para o corpo: ele precisa de nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais para criar um novo tecido, uma nova pele.”
Segundo a especialista, alimentos ricos em açúcar, sódio, gordura trans e ultraprocessados são os principais vilões.
“O açúcar, por exemplo, além de ser inflamatório, alimenta bactérias e pode favorecer infecções. É inimigo da cicatrização”, explicou. “Já os ultraprocessados, como salsichas, calabresas e carnes industrializadas, são carregados de gordura e componentes tóxicos como nitrito e nitrato, o que prejudica todo o processo de recuperação.”
E o tradicional ovo de Páscoa?
A dúvida é comum entre pacientes. “O cacau é um ótimo alimento, mas o problema está nas versões industrializadas dos ovos de Páscoa, cheios de gordura hidrogenada e açúcar. Quem está com feridas deve evitar”, alertou. Para quem não resiste ao chocolate, a dica é optar pelas versões mais puras, com 70% ou mais de cacau, e consumir com moderação. “Especialmente os diabéticos, esses devem ter cuidado redobrado.”
Semana Santa: vinho, frutos do mar e dendê
A médica também falou sobre outros elementos comuns nas mesas baianas durante a Semana Santa.
“O álcool, mesmo em pequenas quantidades, é inflamatório. Já foi comprovado. Quem está tratando feridas deve evitar até mesmo uma taça de vinho”, recomendou.
Sobre os frutos do mar, ela explicou: “Muita gente tem sensibilidade a camarões e mariscos, que podem conter toxinas provenientes da alimentação desses animais. Isso pode intensificar processos inflamatórios já existentes.”
Dendê e leite de coco, presentes em pratos como vatapá e moquecas, também exigem atenção.
“São gorduras saturadas. Em pequena quantidade, podem ser usados para saborizar. Mas em excesso, somam muitas calorias e podem interferir na cicatrização, especialmente para diabéticos e pessoas com sobrepeso.”
Apesar dos mitos, o ovo foi defendido com entusiasmo por Dra. Áquilla. “O ovo é um excelente alimento, rico em proteínas de alto valor biológico. Ele ajuda na cicatrização. Só é preciso cuidado no preparo. Não adianta fritar com uma bacia de óleo! Há muitas formas saudáveis de prepará-lo.”
A médica também desmistificou crenças populares. “Muitos pacientes chegam dizendo que não podem comer limão, laranja ou abóbora, achando que são alimentos ‘ácidos’ ou que inflamam. Isso é mito. Frutas e vegetais são fundamentais na cicatrização. Claro, para diabéticos, frutas muito doces devem ser consumidas com moderação. Mas não devem ser excluídas.”
Para quem está em tratamento de feridas ou cuida da saúde de forma geral, a orientação da especialista é clara: “Alimentação equilibrada é peça-chave para a boa cicatrização. Evite excessos, fuja dos ultraprocessados e prefira alimentos frescos e ricos em nutrientes. O corpo precisa de material de qualidade para se reconstruir.”
A Dra. Áquilla finalizou deixando o recado para seus pacientes e ouvintes: “Principalmente agora, com a Páscoa chegando, façam escolhas conscientes. A saúde agradece.”