Agro diz que tarifaço de Trump ‘não se justifica’ e prejudica EUA e Brasil
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alegou que economia e o comércio não podem ser injustamente afetados por questões de natureza política
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) disse nesta quinta-feira (10) que a sobretaxa de 50% sobre as exportações de todos os produtos brasileiros “não se justifica” e prejudica tanto os Estados Unidos quanto o Brasil. Em nota, a CNA pregou pela resolução do embate econômico por meio do diálogo diplomático.
“Qualquer análise das relações entre os Estados Unidos e o Brasil, seja no campo no comércio ou dos investimentos, terá sempre que concluir que essas relações sempre serviram aos interesses dos dois países, não havendo nelas qualquer desequilíbrio injusto ou indesejável”, diz a entidade. “A economia e o comércio não podem ser injustamente afetados por questões de natureza política”, completou.
Trump anunciou a nova taxação nessa quarta-feira (9), por meio de carta enviada ao presidente Lula. Diante da nova taxa, o Brasil se tornou o país com tarifas mais altas do mundo, aplicadas pelos EUA, entre as 22 anunciadas por Trump. A taxa entra em vigor a partir de 1º de agosto e será cobrada separadamente de tarifas setoriais, como as que atingem também em 50% o aço e alumínio brasileiros.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, as vendas de produtos brasileiros ao país ultrapassaram os US$ 40 bilhões. No agronegócio, Brasil e EUA são concorrentes no mercado mundial de alguns produtos, como soja e algodão.