AFRO CONECTA celebra a cultura afro-brasileira em Feira de Santana
O AFRO CONECTA desponta como um dos principais encontros culturais da região, trazendo à tona o valor da cultura afro-brasileira e a luta contínua pela igualdade.
Nesta terça-feira (5), o Centro de Cultura Amélio Amorim, em Feira de Santana, foi palco de um evento transformador e inspirador: o AFRO CONECTA – Diálogo Cultural. Com ingressos esgotados, o evento trouxe reflexões profundas e celebrações da cultura afro-brasileira, com uma programação diversificada que inclui música, capoeira, poesia e homenagens.
Idealizado por Frei Cal e co-produzido por Lourdes Rocha e Luiz Santos, o AFRO CONECTA surge como uma oportunidade de “mergulhar na riqueza da cultura afro-brasileira e de fortalecer a identidade cultural negra em Feira de Santana”, segundo Frei Cal. Ele acrescentou que o evento busca fortalecer a comunidade, criando laços e promovendo uma resistência cultural contínua. “Não estamos aqui para dividir, mas para somar, para nos aquilombarmos e nos conectarmos,” afirmou.
A palestra principal da noite foi conduzida pela Professora Doutora Bárbara Carine, conhecida nas redes como (@uma_intelectual_diferentona). Carine destacou a importância do evento em um estado com uma expressiva população afrodescendente.
“O Afro Conecta é um evento fundamental para Feira de Santana, um território que tem muitos quilombos e uma comunidade negra significativa, mas que ainda sofre com uma sociedade estruturalmente racista,” ressaltou a palestrante.
Carine mencionou também a importância do recente tema do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre a herança africana no currículo escolar, que, segundo ela, simboliza uma conquista histórica para os movimentos negros.
“Foi emocionante ver o tema abordado em uma prova nacional. É um reconhecimento da riqueza cultural africana, que inclui ciência, filosofia, matemática e medicina,” disse, reforçando a urgência da implementação das leis que exigem a inclusão da história africana nas escolas.
Reflexão e compromisso social
Além do conteúdo cultural e intelectual, o evento demonstrou seu compromisso com a solidariedade: a entrada foi garantida mediante a doação de 1 kg de alimento, destinado à campanha Bahia Sem Fome, reafirmando o papel do Afro Conecta em “impactar positivamente dentro e fora do evento”, como destacou Lourdes Rocha, radialista e uma das organizadoras. Ela celebrou a oportunidade de reunir pessoas que vivem e promovem discussões antirracistas.
“É uma chance de reflexão através da dança, poesia e música, além da palestra de Bárbara Carine, que é conhecida por seu ativismo e luta antirracista,” afirmou Lourdes.
Para Frei Cal, o AFRO CONECTA também marca o início das comemorações do Mês da Consciência Negra, reforçando a necessidade de um combate diário ao racismo.
“Devemos estar em vigilância o ano inteiro na luta antirracista, e esse evento é apenas o começo de muitos que ainda queremos realizar aqui em Feira de Santana,” destacou.
Planejamentos para o futuro
Embora o evento tenha sido realizado em um único dia, Frei Cal já revelou planos para expandir o AFRO CONECTA em futuras edições, com o objetivo de abranger uma programação mais extensa.
“Este é apenas o primeiro de muitos. Queremos que ele aconteça por dois, três dias no próximo ano,” explicou.
A celebração não se restringiu à cultura afro, abrangendo também aspectos indígenas, com o evento sendo um convite aberto a toda a comunidade. “É um espaço inclusivo onde todos podem participar e se unir na luta contra o racismo,” concluiu Frei Cal.
*Com informações do repórter Rafael Marques