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Advogado tentou ajudar Bolsonaro a ocultar joias sauditas, diz PF

Wajngarten é um dos 12 indiciados no inquérito que apura o desvio de itens de luxo, avaliados em R$ 6,8 milhões

28/01/2025 09h52
Advogado tentou ajudar Bolsonaro a ocultar joias sauditas, diz PF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O advogado e ex-Secretário de Comunicação Social do governo Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, atuou no esquema das joias sauditas. De acordo com a PF (Polícia Federal), o nome dele foi identificado após novas evidências.

Wajngarten é um dos 12 indiciados no inquérito que apura o desvio de itens de luxo, avaliados em R$ 6,8 milhões. O relatório da PF enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), Wajngarten teria atuado para esconder a localização e a movimentação das joias, além de facilitar a reintrodução do chamado “Kit Ouro Rosê” no Brasil.

Embora o advogado alegue ter apenas “dado uma orientação jurídica para a devolução dos itens ao TCU”, as provas coletadas indicam que ele participou ativamente de ações para ocultar os bens.

“Fabio Wajngarten aderiu ao esquema criminoso, praticando atos executórios, dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelos investigados, para recuperar as joias do denominado ‘Kit Ouro Rosê’, com a finalidade de trazê-las para o Brasil”, aponta o relatório.

Ainda segundo PF, as ações de Wajngarten “não guardam qualquer relação com as prerrogativas da advocacia”, descaracterizando sua atuação como mero exercício da defesa.

Foram dois kits de joias (um em “Rosê” e outro em “Ouro branco”), ambos com relógios Rolex, um relógio Patek Philippe Geneve e duas esculturas (um coqueiro e um barco), presentes do governo da Arábia Saudita.

O advogado de Bolsonaro se defendeu por meio das redes sociais. “Como é de conhecimento de todos exceto de 3 ou 4 da Nobre Polícia Federal, tomei conhecimento do tema dos presentes quando da reportagem do Estadão numa 6feira 3/3/23. Atuei como gestor de crise de imprensa e como advogado ao lado de outros colegas que tomaram conhecimento dos fatos nos dias subsequentes. Em nenhuma hipótese há qualquer envolvimento de minha parte além do assessoramento técnico que desde o primeiro momento foi de depositar tudo junto ao TCU cumprindo à determinação da época, bem como responder às questões de mídia e comunicação. A espetacularização de atos formais e naturais nada mais é do que atestar a inocência de todos os envolvidos diante da tentativa vazia de buscar culpados onde sequer existam ilegalidades”, disse.

*Com informações Bahia.ba

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