Advogado diz que suspeita de homofobia teria sofrido maus-tratos no Hospital da Mulher
Ainda de acordo com o advogado, durante o atendimento, sua cliente não foi tratada de forma cortês e educada, sendo, inclusive, mandada se retirar da sala
Após a denúncia do médico Phelipe Balbi Martins, que relatou ter sido vítima de homofobia enquanto trabalhava no Hospital da Mulher de Feira de Santana, o advogado Armênio Seixas, contratado pelos familiares da mulher suspeita, afirmou que ela teria sofrido maus-tratos na unidade de saúde.
Ainda de acordo com o advogado, durante o atendimento, sua cliente não foi tratada de forma cortês e educada, sendo, inclusive, mandada se retirar da sala. Em resposta, ela teria expressado sua insatisfação em ser atendida por “esse tipo de gente”. O advogado ressalta que essa expressão não se referiu à orientação sexual do médico, mas sim ao suposto comportamento mal-educado e desrespeitoso do profissional.
Questionado sobre como a defesa pretende provar que sua cliente não agiu com homofobia, o advogado respondeu que o ônus da prova recai sobre quem faz a acusação. Segundo ele, o médico terá que apresentar evidências de que sua cliente manifestou explicitamente seu descontentamento em ser atendida por um profissional homossexual.
“A defesa, por sua vez, trabalhará com a tese de negativa de autoria, argumentando que sua cliente não utilizou termos ofensivos relacionados à orientação sexual do médico, mas apenas expressou sua insatisfação com o tratamento recebido”
O advogado também mencionou um histórico de reclamações sobre o tratamento oferecido pelo Hospital da Mulher, enfatizando que a situação atual se enquadra no contexto mais amplo de problemas enfrentados pelos pacientes. A defesa alega que sua cliente está sendo pressionada e exposta, sofrendo violência obstétrica, já que, desde o parto, ela solicitou atendimento psicológico que ainda não foi providenciado.
Quanto ao estado emocional de sua cliente diante da situação, o advogado relatou que ela está tranquila por saber que não cometeu nenhum ato homofóbico. No entanto, ele ressaltou que ela precisa de auxílio, acolhimento e cuidados devido às dificuldades enfrentadas. O advogado alertou sobre as consequências para qualquer testemunha que possa mentir no judiciário, afirmando que a prioridade no momento é o cuidado com sua cliente, em vez de pressioná-la ainda mais.
Em resposta, o diretor do Hospital da Mulher, Francisco Mota, disse que as testemunhas já foram convocadas para serem ouvidas.
“Existem testemunhas que viram o que aconteceu, em nenhum momento foi feito relato que a paciente foi destratada, isso naturalmente é uma estratégia da defesa. Diante do que foi apurado, existem testemunhas que já foram convocadas para ser ouvidas na delegacia que está apurando a denúncia”, relata.