Advogada relembra jornada das mulheres na política desde a conquista do direito ao voto
Em 1932 o Código Eleitoral passou a assegurar às mulheres brasileiras o direito ao voto
No século XXI, onde a presença feminina no mercado de trabalho é cada vez mais comum, a advocacia da igualdade de gênero ainda é uma luta constante. Em uma entrevista ao De Olho na Cidade, a advogada Camila Trabuco compartilhou suas reflexões sobre o papel da mulher na política e na sociedade, especialmente em um ano de eleições como 2024.
“Estamos no mês de março, celebrando o mês da mulher, mas também em um período eleitoral crucial. É importante refletir sobre o percurso das mulheres na política”, inicia Dra. Camila Trabuco.
A advogada nos transporta para o ano de 1932, um marco significativo na história das mulheres brasileiras, quando foi conquistado o direito ao voto.
“Em 1933, a médica paulista Carlota Pereira de Queiroz se tornou a primeira deputada federal eleita na América Latina. Em 1934, foi a única mulher a participar da Assembleia Nacional Constituinte, marcando o início da luta das mulheres por representatividade política”, relata.
Somente em 1997, a Lei das Eleições garantiu direitos mais efetivos às mulheres na política, estabelecendo que pelo menos 30% das candidaturas de cada partido fossem femininas. “Essa medida foi crucial para assegurar a presença feminina nas eleições, promovendo maior diversidade e representatividade”, destaca a advogada.
A Dra. Camila ressalta que, em 2021, houve um avanço significativo com a Lei 14.192, que visa prevenir e reprimir a violência política contra as mulheres.
“Essa legislação criminaliza a divulgação de conteúdo falso durante campanhas eleitorais e garante a participação proporcional das mulheres em debates eleitorais”, explica.
Hoje, as mulheres representam a maioria do eleitorado e da população, destacando a importância da representatividade feminina na política. “A presença das mulheres nos partidos políticos é essencial para garantir uma sociedade mais equilibrada e justa”, enfatiza Trabuco. “Os direitos políticos das mulheres são fundamentais para amplificar suas vozes. Não devemos hesitar em buscar esse espaço, afinal, a política também é um território feminino”, conclui a advogada, encorajando todas as mulheres a fazerem valer seus direitos e sua voz na esfera política.
*Com informações da repórter Liliane Santos