AcamRecicla promove inclusão social e preservação ambiental através da coleta seletiva em municípios baianos
Advogado Alexandre Pirôpo destaca importância da associação na geração de renda, saúde pública e sustentabilidade, com atuação em cinco cidades da Bahia.

A preocupação com o meio ambiente e a valorização do trabalho dos catadores têm ganhado força em diversos municípios baianos graças à atuação da AcamRecicla, associação sem fins lucrativos que realiza coleta seletiva e promove inclusão social. O advogado Alexandre Pirôpo, representante da entidade, explicou o funcionamento e os benefícios do projeto durante entrevista ao De Olho na Cidade.
“A AcamRecicla é uma associação formada por catadores e catadoras de materiais recicláveis, pessoas de baixa renda reconhecidas pelo poder público, que se uniram há mais de cinco anos para dar um destino correto aos resíduos e transformar o lixo em renda e dignidade”, afirmou.
Segundo ele, a entidade atua em parceria com prefeituras, prestando serviço contínuo de coleta seletiva e capacitação.
“A associação é contratada pelos municípios para realizar a coleta seletiva, o que traz valorização para essa população, reconhecimento do trabalho e acesso à saúde, à educação e a equipamentos de proteção individual”, acrescentou.
Os resultados do trabalho da AcamRecicla são visíveis tanto no aspecto social quanto econômico. Alexandre ressaltou que a coleta seletiva reduz gastos públicos e melhora a qualidade de vida da população.
“A coleta seletiva é saúde pública, inclusão social e economia para a cidade”, disse. “O material coletado é separado, prensado em fardos e reinserido na economia através da venda para a indústria. O valor arrecadado é dividido integralmente entre os catadores.”
Além da coleta, a equipe técnica da entidade desenvolve ações de educação ambiental em escolas, bairros e comércios, incentivando a separação correta dos resíduos e conscientizando sobre a importância da reciclagem.
“Isso reduz custos com aterros sanitários e contribui para o cumprimento das metas ambientais cobradas pelo Ministério Público”, destacou.
A participação da população é essencial para o sucesso da coleta seletiva. Alexandre explicou que o primeiro passo começa em casa, com a separação do lixo seco e do lixo úmido.
“As crianças e os jovens são multiplicadores dessa ideia. Quando aprendem nas escolas, levam a prática para casa e incentivam os pais”, observou. Ele reforçou que o correto acondicionamento de vidros, agulhas e materiais cortantes evita acidentes com os catadores. “Separar e descartar no momento certo é garantir dignidade a quem vive desse trabalho.”
A AcamRecicla atua hoje em cinco municípios baianos — Santa Bárbara, Glória, Macedo Costa, Santa Brígida e Iraquara, onde mantém sua sede administrativa. Além dos ganhos ambientais e sociais, o projeto também envolve o setor comercial.
“Os comércios são visitados pela equipe técnica, que faz um diagnóstico do tipo de resíduo gerado. Cada estabelecimento recebe um selo ambiental”, explicou o advogado. “Os comerciantes podem solicitar a coleta via WhatsApp, e os catadores recolhem o material reciclável, como papelão e plástico, de forma personalizada e regular.”
Com isso, o comércio contribui para o cumprimento da logística reversa, exigida pela legislação ambiental, e ajuda a manter as cidades mais limpas e sustentáveis.
Alexandre destacou o impacto positivo da iniciativa.
“Já não é mais aceitável conviver com pessoas em situação degradante. Separar e reciclar é escolher a sustentabilidade e a inclusão social”, afirmou. “Quem ganha é a nossa gente, o meio ambiente e o futuro dos municípios.”
Ele ainda reforçou que as cidades onde a AcamRecicla atua têm sentido os resultados. “A população tem percebido a mudança cultural. Estamos criando, com educação e conscientização, uma nova relação com o lixo e com o planeta.”
A AcamRecicla pode ser contatada pelas redes sociais e via WhatsApp. A associação está aberta a novas parcerias com municípios e empresas interessadas em promover a coleta seletiva e a inclusão social na Bahia.







