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A Comunidade no centro: o valor do Plantão Social na construção coletiva

Como a escuta ativa, o acolhimento qualificado e a presença nos territórios fortalecem vínculos, promovem inclusão e impulsionam a transformação social.

27/06/2025 16h06
A Comunidade no centro: o valor do Plantão Social na construção coletiva

Por Alana Nilce, Assistente Social do Projeto Qualifica Ouro Verde

Durante as ações do Projeto Qualifica Ouro Verde — uma realização do SENAI em parceria com a Petrobras — temos desenvolvido uma importante frente de trabalho voltada ao fortalecimento comunitário: os plantões sociais. Essas ações têm como foco principal conhecer e acompanhar os participantes cadastrados, mas também se mostram como oportunidades valiosas para criar vínculos e ampliar a escuta ativa no território.

Ao longo da prática, torna-se evidente a importância de olhar para cada sujeito como um agente de transformação social. Cada pessoa atendida carrega consigo uma trajetória única, marcada por particularidades, anseios e potencialidades. Em alguns casos, esse protagonismo se revela já nos primeiros contatos. Em outros, é necessário um acompanhamento mais minucioso para que o indivíduo reconheça seu valor e compreenda seu papel dentro da coletividade.

Em parceria com Marielle Brasil, também assistente social do Qualifica Ouro Verde, temos buscado construir estratégias de atendimento que aprofundem as relações entre o profissional e a comunidade. Estar presente nos territórios vai muito além de cumprir metas operacionais: é, acima de tudo, reafirmar o compromisso ético com os sujeitos e com os direitos sociais.

A prática cotidiana mostra que, quando o assistente social atua com base na escuta qualificada e no acolhimento, cada atendimento se transforma em uma oportunidade de empoderamento. Como já afirmou Martinelli (1994, p.13), a atividade do assistente social é coberta de riquezas por conhecer, diariamente, a realidade de cada indivíduo. E é justamente nesse contato com as múltiplas realidades que os plantões sociais se fortalecem como ações sensíveis, humanas e necessárias.

Os atendimentos — tanto individuais quanto coletivos — têm promovido a inclusão social, incentivando a participação ativa da comunidade e fomentando ações interativas e propositivas. Nesse cenário, os plantões não apenas acolhem histórias: eles as catalisam. Permitem que trajetórias se cruzem, que demandas encontrem caminhos, e que pessoas encontrem apoio.

Ao mediar os desafios cotidianos dos participantes, contribuímos para que superem obstáculos, ampliem suas redes de pertencimento e acessem os serviços e políticas públicas aos quais têm direito.

Os plantões sociais, nesse contexto, tornam-se uma verdadeira ponte — entre o indivíduo e a comunidade, entre o problema e a solução, entre o presente e a possibilidade de um futuro mais justo.

Estamos falando de uma ferramenta estratégica e indispensável para a construção de uma sociedade mais equânime. Quando cada atendimento se torna um gesto de valorização da vida, o impacto social se potencializa. E é assim, passo a passo, escuta a escuta, que seguimos contribuindo para a transformação dos territórios e das pessoas que os habitam.

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