“A cada capítulo dessa novela, o Ibama criaum novo obstáculo”, protesta Deyvid Bacelar
Atualmente, a Petrobras só tem permissão para perfurar dois poços na costa do Rio Grande do Norte, apesar de ter 16 poços na nova fronteira exploratória.
O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, disse nesta terça-feira (19/5) que a demora do Ibama em autorizar a exploração de petróleo pela Petrobras na Margem Equatorial, que vem se arrastando desde 2020, é um entrave que vem favorecendo outros países.
“A Federação Única dos Petroleiros (FUP) tem cobrado agilidade e transparência nesse processo, e quer garantir que os trabalhadores e a sociedade brasileira sejam beneficiados com a geração de empregos e o desenvolvimento econômico sustentável dessa região do país”, ressaltou Bacelar.
“É inadmissível que uma autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial seja transformada em uma novela em que, a cada capítulo, um novo obstáculo absurdo surge! O Ibama parece mais interessado em criar empecilhos do que em viabilizar o desenvolvimento do país. Isso só está beneficiando nossos concorrentes estrangeiros, enquanto nós ficamos parados. É hora de destravar esse processo e defender os nossos direitos de exploração de uma riqueza que é nossa”, frisou Bacelar.
Nesta segunda-feira, o Ibama autorizou a Petrobras a fazer vistorias e simulações de resgate de animais na Margem Equatorial, presentes no Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF), o que vem sendo encarado dentro do próprio Ibama como a última etapa para o processo de licenciamento de perfuração de poços na região. Atualmente, a Petrobras só tem permissão para perfurar dois poços na costa do Rio Grande do Norte, apesar de ter 16 poços na nova fronteira exploratória. A área de interesse da empresa fica a 175 quilômetros da costa do Amapá e a 500 quilômetros da Foz do Rio Amazonas: o bloco FZA-M-59, localizado a uma profundidade de 2.880 metros. A Petrobras está trabalhando para obter a licença de exploração e já concluiu a construção de dois Centros de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD), um em Belém e outro em construção no Oiapoque, no Amapá. Esses centros visam proteger a fauna marinha em caso de vazamentos durante a perfuração dos poços.
“Essa demora na autorização causa prejuízos para o país e para a Petrobras, que já estima um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão. Nós já temos conhecimento de que a produção de óleo na Margem Equatorial é estratégica para que o Brasil não precise importar petróleo nos próximos dez anos”, lembrou Bacelar, que é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) do governo do presidente Lula. Ele participou nesta segunda-feira, em Feira de Santana, ao lado do governador do estado Jerônimo Rodrigues e do ministro dos Transportes Renan Filho, do evento de assinatura da ordem de serviço para a duplicação do Anel de Contorno de Feira de Santana. Segundo Bacelar, “um momento histórico para nossa cidade e para toda a Bahia, pois é uma obra aguardada há muitos anos, que agora vai finalmente sair do papel”.
Com investimento de R$ 216 milhões, serão construídos 7,2 km de duplicação entre a BR-324 e a BR-116 Norte, incluindo três viadutos, cinco passarelas, ciclovia, vias marginais, pista de cooper, iluminação e sistema de drenagem. A empresa CSS Engenharia e Construção será a responsável pela obra.
“Essa conquista é fruto da união de forças e do compromisso republicano do nosso governador com Feira de Santana. Não há espaço para o cultivo de divergências políticas quando o que está em jogo é o desenvolvimento do nosso município, a segurança viária e a qualidade de vida para nossa gente”, destacou o coordenador da FUP.