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Alimentação e endometriose: Nutricionista explica como reeducação alimentar pode ajudar no tratamento

Apesar de não ter cura, a endometriose pode ser controlada com um tratamento adequado e multidisciplinar.

27/03/2025 11h22
Alimentação e endometriose: Nutricionista explica como reeducação alimentar pode ajudar no tratamento
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A endometriose é uma doença crônica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, caracterizada pelo crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, atingindo órgãos como os ovários, a bexiga e o septo retrovaginal. Embora ainda precise de mais estudos para um melhor entendimento, especialistas apontam que a nutrição pode ser uma forte aliada no controle da doença, ajudando a reduzir a inflamação e melhorando a qualidade de vida das pacientes.

A nutricionista Mariana Freitas, da clínica Atend Já, destaca que a alimentação é fundamental para minimizar os sintomas da endometriose.

“Os alimentos ricos em vitamina D fortalecem o sistema imunológico, enquanto o ômega 3 e os antioxidantes, como linhaça e peixes, ajudam a combater a inflamação. Frutas cítricas, sementes como girassol e alimentos ricos em vitamina A, como cenoura e abóbora, também são recomendados”, explica a especialista.

No entanto, algumas restrições alimentares também são necessárias para evitar a piora do quadro inflamatório.

“O excesso de carne vermelha é um fator agravante e deve ser consumido, no máximo, duas vezes por semana. Alimentos ricos em açúcares e farinhas refinadas também devem ser evitados”, orienta Mariana.

Sobre o consumo de leite e glúten, a nutricionista explica que ainda há polêmicas e poucos estudos definitivos.

“Observamos que muitas mulheres com endometriose relatam desconfortos gastrointestinais, então a restrição desses alimentos deve ser avaliada de forma individual”, pontua.

Dieta anti-inflamatória e suplementação

Para montar um cardápio anti-inflamatório, Mariana recomenda adotar um padrão de alimentação mediterrânea, baseada no consumo de alimentos naturais, legumes, vegetais e proteínas magras.

“Estudos indicam que o consumo de pelo menos cinco variedades de legumes e vegetais diários pode ajudar a prevenir o desenvolvimento da endometriose”, afirma.

Em alguns casos, a suplementação também pode ser necessária. “Pacientes que não conseguem atingir as quantidades ideais de nutrientes apenas com a alimentação podem se beneficiar da suplementação de ômega 3, vitaminas A, C, E e D, que são antioxidantes e ajudam a fortalecer o sistema imunológico”, explica Mariana.

Tratamento multidisciplinar

Apesar de não ter cura, a endometriose pode ser controlada com um tratamento adequado e multidisciplinar.

“Além da nutrição, o acompanhamento médico, fisioterapia para reduzir dores pélvicas e a prática de atividades físicas são essenciais para melhorar a qualidade de vida das pacientes”, ressalta Mariana.

A especialista reforça a importância da mudança no estilo de vida para evitar a progressão da doença. “A alimentação é a base do tratamento e pode fazer toda a diferença para impedir a evolução da endometriose”, finaliza.

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