Desafios e conquistas: a luta das mulheres por equidade no mercado de trabalho
A luta pela igualdade no mercado de trabalho ainda enfrenta resistências, mas avança com legislações mais rigorosas
A presença feminina no mercado de trabalho tem crescido significativamente, mas os desafios ainda são inúmeros. Assédio, desigualdade salarial e dificuldades na ascensão profissional continuam sendo barreiras enfrentadas diariamente pelas mulheres. A psicóloga Lismara Moreira abordou essas questões e destacou a importância da fiscalização e do empoderamento feminino.
“A mulher tomou conta desse mundo, essa é a grande verdade. Somos nós que comandamos agora. Mas a gente ainda encontra dificuldades, especialmente no futebol e no ambiente de trabalho, onde o assédio ainda ocorre com índices elevados”, ressaltou Lismara. Segundo ela, a liderança feminina em posições de comando já representa uma barreira contra o assédio, mas as mulheres que ocupam cargos comuns, principalmente no setor privado, ainda enfrentam situações adversas.
Outro obstáculo apontado é a desigualdade salarial, apesar da legislação garantir o pagamento igualitário.
“A equiparação salarial está prevista na CLT desde 1993, mas agora, com a Lei 14.611/2023, há uma obrigação mais clara para garantir a remuneração igual. O problema é que muitas empresas encontram atalhos para não cumprir a lei, e a fiscalização precisa ser rigorosa”, explicou a psicóloga.
A maternidade também segue como um desafio para a ascensão profissional das mulheres.
“As empresas precisam promover um ambiente seguro e inclusivo para mulheres grávidas e mães, criando políticas que garantam suporte durante a gestação e no retorno ao trabalho”, disse Lismara. Ela enfatizou que a capacidade da mulher de conciliar carreira e família não deve ser subestimada. “Se tem uma coisa que a gente é capaz, é de dar conta. Damos conta da casa, do trabalho e da família. E ainda fazemos isso com excelência”, afirmou.
Nos últimos anos, o aumento da presença feminina em cargos de liderança tem representado uma mudança importante.
“A mulher gera vida e gera transformação. Quando chegou ao mercado de trabalho, trouxe cor, criatividade e um novo olhar para os negócios. Isso beneficia não só as empresas, mas toda a sociedade”, pontuou.
Para combater o assédio e promover um ambiente mais seguro, Lismara destacou o papel das próprias mulheres.
“Nós precisamos entender nosso lugar e exigir respeito. Muitas vezes estamos sozinhas em uma sala com um superior e cabe a nós impor limites. Precisamos também nos unir mais, pois a rivalidade entre mulheres pode enfraquecer o movimento”, alertou.
A luta pela igualdade no mercado de trabalho ainda enfrenta resistências, mas avança com legislações mais rigorosas e com a conscientização sobre a importância da presença feminina em todos os setores.
“Não devemos ter medo. Nosso espaço foi conquistado e temos direitos garantidos. Precisamos continuar exigindo respeito e equidade”, concluiu Lismara Moreira.