Arquidiocese se prepara para a Caminhada do Perdão 2025 com expectativa de 70 mil fiéis
A Caminhada do Perdão, reconhecida como Patrimônio Imaterial do Município, acontecerá no dia 16 de março
A Arquidiocese de Feira de Santana realizou, nesta quarta-feira (12), uma coletiva de imprensa para apresentar os preparativos da Caminhada do Perdão 2025, evento religioso que já se consolidou como uma tradição na cidade. O encontro contou com a presença do Arcebispo Metropolitano, Dom Zanoni Demettino Castro, além de representantes da organização e da imprensa local, que também realizaram o credenciamento para a cobertura do evento.
A Caminhada do Perdão, reconhecida como Patrimônio Imaterial do Município, acontecerá no dia 16 de março, segundo domingo da Quaresma, com o tema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). O evento tem apoio da Prefeitura de Feira de Santana e mobiliza fiéis de toda a cidade e região, sendo uma oportunidade de reflexão e fortalecimento da fé cristã.
Mudança no trajeto e amadurecimento do evento
Este ano, a caminhada terá um novo trajeto. A saída será do Santuário Santo Antônio (Capuchinhos), na Avenida Presidente Dutra, onde será celebrada a Missa presidida por Dom Zanoni, às 7h. O percurso seguirá até a Catedral Metropolitana de Senhora Sant’Ana, na Praça Monsenhor Galvão, onde haverá a bênção do Santíssimo Sacramento.
Segundo Dom Zanoni, a mudança no trajeto ocorre conforme as necessidades da caminhada vão sendo descobertas ao longo dos anos.
“Embora seja tradicional, é uma caminhada nova. Vamos amadurecendo cada vez mais, para que o evento expresse não a vontade de alguns, mas o desejo coletivo da comunidade”, destacou o arcebispo.
Tema e espiritualidade da caminhada
A Caminhada do Perdão 2025 está alinhada com o tema da Ecologia Integral, proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). De acordo com Dom Zanoni, a Igreja Católica sempre esteve comprometida com o cuidado da criação.
“Quando falamos de ecologia, não nos referimos apenas ao meio ambiente, mas à ecologia da criação, da humanidade. São João Paulo II falava da ecologia da criação, Bento XVI destacava a ecologia humana, e o Papa Francisco aborda a ecologia integral. A vida humana, os rios, as florestas, o universo precisam ser cuidados, pois são a nossa casa comum”, explicou.
Além disso, a caminhada remete a momentos bíblicos importantes, como os 40 anos de peregrinação do povo de Israel no deserto e os 40 dias de Jesus no deserto antes do início de sua missão pública.
“A caminhada é um tempo forte de preparação espiritual e de renovação da fé”, pontuou o arcebispo.
Expectativa de público e novidades para 2025
A organização espera um grande número de fiéis para esta edição. Segundo Padre Hipólito Gramosa, membro da Comissão Organizadora, a expectativa é reunir cerca de 70 mil pessoas.
“No ano passado, tivemos um público próximo a esse número. Este ano, acreditamos que será ainda maior”, afirmou.
Uma das novidades desta edição é a adoção de um hino oficial da caminhada, a música reforça a espiritualidade da Quaresma, a esperança e o convite à metanoia, ou seja, à transformação de vida.
Dimensão social e arrecadação para obras assistenciais
Além da dimensão espiritual e pastoral, a Caminhada do Perdão tem um forte caráter social. Os recursos arrecadados com a venda das camisas oficiais do evento, que já estão disponíveis por R$ 35, serão destinados às pastorais sociais da Arquidiocese.
O montante ajudará no funcionamento de iniciativas como a Casa Monsenhor José, que oferece 300 refeições diárias, além de projetos voltados para pessoas em tratamento de câncer, recuperação de dependentes químicos e outras ações assistenciais.
“O dinheiro não será usado para a construção de igrejas ou qualquer necessidade interna da instituição. Ele será destinado ao cuidado com os pobres, que é um dos pilares da nossa fé”, enfatizou Dom Zanoni.
Jubileu da Esperança e a importância da juventude
A Caminhada do Perdão 2025 também se conecta com o Jubileu da Esperança, proclamado pelo Papa Francisco, que celebra os 2025 anos da encarnação de Cristo. O Jubileu, iniciado em dezembro de 2024 com a abertura da Porta Santa no Vaticano, se estenderá até o final do ano que vem.
Para Dom Zanoni, a presença da juventude na caminhada é essencial.
“Os jovens são a semente de renovação da Igreja e do mundo. Essa peregrinação nos convida a refletir sobre a nossa comunhão com Deus e a necessidade de mudança de vida”, afirmou.
A Arquidiocese de Feira de Santana reforça o convite para que fiéis de toda a cidade e região participem desse momento de fé, reconciliação e fraternidade. Como destacou Padre Hipólito, o objetivo é que a Caminhada do Perdão “seja um evento que toque o coração das pessoas, renove a fé e traga a alegria de ser cristão”.
*Com informações da repórter Isabel Bomfim