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Sindicalismo e protagonismo feminino: Marlede Oliveira fala sobre desafios e conquistas

Com uma história de lutas e conquistas, Marlede Oliveira segue sendo uma referência no sindicalismo da educação

11/03/2025 20h01
Sindicalismo e protagonismo feminino: Marlede Oliveira fala sobre desafios e conquistas
Foto: Danillo Freitas

No mês dedicado às mulheres, a homenagem vai além da celebração: é também um momento de reflexão sobre a importância da luta feminina em diferentes esferas da sociedade. Para falar sobre essa trajetória de dedicação e resistência, a professora Marlede Oliveira, presidente da APLB Sindicato, concedeu entrevista ao programa Cidade em Pauta (Rádio Nordeste FM).

Marlede Oliveira tem uma história de vida marcada pelo engajamento político e sindical.

“Desde pequena, meu pai me levava para comícios, festas populares, micaretas e outros eventos, sempre incentivando o debate político. Isso fez parte da minha formação”, contou. Formada inicialmente como professora primária, posteriormente ampliou sua atuação para a rede estadual de ensino e se especializou na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Seu ingresso no sindicalismo ocorreu naturalmente, dada sua convicção de que a educação de qualidade está diretamente ligada à valorização dos profissionais.

“O sindicato tem um papel que vai além da defesa dos direitos trabalhistas. Ele também politiza a categoria, mostrando que todos nós, professores, pedreiros, motoristas, operários, contribuímos para o crescimento das nações”, afirmou.

A força feminina no movimento sindical

Historicamente, o sindicalismo foi um espaço dominado por homens, mas na educação, onde a maioria dos profissionais são mulheres, a presença feminina tem se tornado mais expressiva.

“Sempre defendi os direitos das mulheres e a nossa presença no movimento sindical. Em 1989, assumi a regional da APLB e permaneci até 2015, quando passei a liderar a delegacia sindical de Feira de Santana”, relatou Marlede.

Sua trajetória sindical é marcada por desafios e embates políticos. “Organizei sindicatos em 24 municípios, fui presa em Capela do Alto Alegre e participei de diversas manifestações e greves. Mas tenho orgulho de ter contribuído para a organização dos trabalhadores da educação na região”, enfatizou.

Apesar da postura firme como sindicalista, Marlede reforçou que também desempenha com carinho os papéis de mãe e avó.

“Tenho dois filhos e quatro netos. Sou muito dedicada à minha família. Amo cozinhar para eles, receber amigos, fazer churrasco e preparar uma boa feijoada. As pessoas têm a imagem de que sou séria demais, mas sou uma mulher que equilibra as responsabilidades com momentos de alegria e descontração”, compartilhou.

A presidente da APLB ressaltou que, no movimento sindical, é preciso firmeza para conquistar direitos e avanços para a categoria.

“As mulheres precisam se impor, porque, se não, os homens passam por cima. Mas tudo dentro do diálogo e do respeito. Nunca desrespeitei um prefeito ou gestor, mas também não me intimido em exigir o que é justo para os trabalhadores”, afirmou.

Sobre medos, ela brincou: “Eu só tenho medo de bala e de relâmpago. Fora isso, não me intimido em enfrentar governos ou prefeitos para lutar pelos direitos da nossa categoria”.

Com uma história de lutas e conquistas, Marlede Oliveira segue sendo uma referência no sindicalismo da educação, inspirando outras mulheres a ocuparem espaços de liderança e a transformarem a realidade da classe trabalhadora.

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