Biomédica alerta para os riscos do PMMA em procedimentos estéticos
O PMMA é notoriamente controverso, especialmente no uso estético, devido aos seus efeitos irreversíveis.
Em um momento em que os procedimentos estéticos se tornam cada vez mais procurados, especialmente aqueles que prometem resultados rápidos e sem dor, a biomédica Tayla Santos alerta para os perigos dessas promessas. Em entrevista ao programa Cidade em Pauta (Rádio Nordeste FM), ela abordou as substâncias utilizadas em procedimentos estéticos, destacando os riscos do uso de PMMA e a crescente busca por soluções imediatas.
“É um pouco complicado quando falamos sobre o imediatismo nos resultados. Principalmente nas mulheres, que, por vezes, acabam caindo na tentação de buscar soluções rápidas, mas não imaginam os perigos envolvidos”, iniciou Tayla. Ela enfatizou que muitos pacientes não têm ideia dos riscos ao escolher substâncias como o PMMA, que, segundo ela, podem permanecer no organismo por décadas sem possibilidade de reversão.
Em uma explicação sobre o PMMA, Tayla afirmou: “O PMMA é uma substância à base de plástico, mais de 90% da composição é plástico e não é algo que é utilizado apenas na área da saúde, mas também em pavimentações e outros produtos industriais. Então imagine esse produto sendo injetado no corpo humano.” Ela explica que, em casos de complicação, pode ser impossível reverter o procedimento, mesmo que a substância tenha sido injetada anos antes.
O PMMA é notoriamente controverso, especialmente no uso estético, devido aos seus efeitos irreversíveis.
“Quando há complicação, ela pode surgir de 10 a 15 anos depois da aplicação e, muitas vezes, a substância não é absorvida pelo corpo, permanecendo da mesma forma em que foi injetada. Isso pode levar a necroses e até à morte do tecido, e em muitos casos, a cirurgia não consegue remover o produto”, alerta a biomédica.
Tayla também comentou sobre o uso do PMMA nos glúteos, região que tem sido um alvo frequente de procedimentos estéticos.
“Hoje, o PMMA é amplamente utilizado para aumentar o volume do bumbum, especialmente com a proximidade do Carnaval, quando muitas pessoas buscam resultados rápidos. Porém, os riscos são altíssimos, pois o produto é permanente e não tem reversão”, explica.
A biomédica enfatizou a responsabilidade dos profissionais ao aplicar tais substâncias e a importância de buscar sempre um especialista habilitado.
“Muitas vezes, o que parece ser um procedimento barato e rápido pode custar muito mais caro para a saúde da pessoa no futuro”, alertou.
Questionada sobre a possibilidade de remover o PMMA após a aplicação, Tayla foi categórica: “Infelizmente, não é possível. Ele é completamente irreversível. Só em casos muito específicos, com cirurgia, é possível remover uma pequena parte, mas em camadas mais profundas, o produto permanece para sempre”, disse.
Porém, nem todos os procedimentos estéticos envolvem riscos tão extremos. Tayla mencionou o ácido hialurônico, amplamente utilizado para volumização, como uma alternativa mais segura: “Embora o ácido hialurônico também tenha seus riscos, ele pode ser revertido com uma substância específica, o que o torna mais seguro para o paciente”, explicou.
Para quem ainda está considerando realizar um procedimento estético, Tayla deu um conselho crucial: “Pesquise bastante, busque informações de fontes seguras e converse com quem já fez o procedimento. O conhecimento está acessível a todos hoje em dia, basta saber onde procurar. E, claro, escolha um profissional que passe confiança e segurança”, concluiu a biomédica.
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