Ginecologista esclarece dúvidas sobre produtos para o ciclo menstrual
Dra. Márcia Suely aborda não apenas as questões de segurança e praticidade, mas também a sustentabilidade desses produtos.
Na última edição do quadro Mulheres em Pauta, transmitido no programa Cidade Pauta pela Rádio Nordeste FM, a ginecologista Dra. Márcia Suely trouxe um tema de grande interesse para as mulheres: a escolha entre absorventes descartáveis, coletores menstruais e calcinhas absorventes. A médica abordou não apenas as questões de segurança e praticidade, mas também a sustentabilidade desses produtos.
“Pode parecer um assunto simples, mas muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre qual produto escolher, como usar e qual o impacto no meio ambiente”, destacou Dra. Márcia. Ela lembrou que, ao longo do tempo, os avanços na tecnologia trouxeram alternativas que garantem mais conforto e higiene.
Os absorventes externos descartáveis continuam sendo os mais utilizados. Segundo a ginecologista, a grande vantagem é a facilidade de encontrá-los e a diversidade de modelos disponíveis para diferentes fluxos. No entanto, ela alertou sobre alguns pontos negativos, como o risco de alergias e o impacto ambiental.
“Cada absorvente demora de 500 a 800 anos para se decompor. Uma mulher pode usar cerca de 20 mil absorventes ao longo da vida, gerando uma enorme quantidade de lixo. Esse é um grande problema ambiental”, explicou.
Já os absorventes internos, apesar de oferecerem mais liberdade para mulheres com rotinas agitadas, exigem cuidado redobrado.
“Eles devem ser trocados a cada quatro ou seis horas no máximo. Se deixados por mais tempo, podem criar um ambiente propício para infecções graves, como a Síndrome do Choque Tóxico”, alertou.
Uma das alternativas mais discutidas foi o coletor menstrual, um pequeno copo de silicone que coleta o sangue menstrual dentro da vagina.
“Diferente dos absorventes internos, ele não resseca a mucosa e pode ser usado por até 12 horas sem risco de infecção”, disse a médica.
Além da segurança, a sustentabilidade também é um grande benefício.
“Os coletores são reutilizáveis e duram de 5 a 10 anos. O investimento inicial pode variar de R$ 30 a R$ 160, mas, a longo prazo, gera economia para o bolso e para o meio ambiente”, acrescentou.
Dra. Márcia também desmistificou a dificuldade no uso do coletor.
“Ele é maleável e fácil de colocar. Exige um pouco de prática, mas os fabricantes oferecem instruções detalhadas para facilitar a adaptação.”
Outro produto que vem ganhando popularidade são as calcinhas menstruais, que possuem um forro absorvente capaz de reter o fluxo.
“São uma boa alternativa para quem busca conforto e quer evitar o descarte excessivo de absorventes descartáveis. Além disso, são laváveis e reutilizáveis”, explicou.
A escolha ideal depende de cada mulher
Dra. Márcia ressaltou que não existe uma única opção correta para todas.
“Cada mulher deve avaliar sua rotina, seu fluxo menstrual e suas preferências. O importante é que todas saibam que há alternativas seguras, confortáveis e sustentáveis disponíveis.”
A médica ainda reforçou que informações sobre saúde feminina devem ser amplamente debatidas.
“Quanto mais falamos sobre o assunto, mais ajudamos as mulheres a fazerem escolhas conscientes para seu corpo e para o planeta.”