Saúde

Harmonização íntima: Ginecologista desmistifica mitos e tabus

Uma abordagem sensível e informada tem sido cada vez mais necessária para quebrar estigmas e permitir que as mulheres se sintam confortáveis em buscar tratamentos que melhorem sua saúde física e emocional.

25/01/2025 21h51
Harmonização íntima: Ginecologista desmistifica mitos e tabus

A harmonização íntima tem se tornado um tema cada vez mais discutido, mas, ao mesmo tempo, cercado de tabus e preconceitos. Para esclarecer os pontos mais controversos e compartilhar os benefícios dessa prática, a ginecologista Dra. Márcia Suely, com vasta experiência na área, falou sobre o assunto desmistificando os mitos e preconceitos sobre os procedimentos estéticos e funcionais dessa área, trazendo à tona a importância do tema para a saúde e autoestima das mulheres.

“Muitas vezes, falam sobre isso de uma maneira pejorativa, quase engraçada, mas precisamos tratar o assunto com seriedade. A harmonização íntima não é apenas estética, ela tem um papel muito importante na qualidade de vida e na autoestima das pessoas”, explicou a médica.

A médica destacou a crescente busca por procedimentos como preenchimentos, clareamentos e outros tratamentos estéticos para a região íntima, que não se limitam à melhoria da aparência, mas também oferecem benefícios funcionais. O conceito de harmonização íntima vai além do simples desejo estético, sendo uma forma de melhorar a saúde mental e emocional do paciente.

“A harmonização íntima é funcional, não é apenas estética. Muitas mulheres passam por transformações físicas, como após o parto ou emagrecimento, e a harmonização pode devolver a autoestima e a sensação de bem-estar. E, muitas vezes, o procedimento é fundamental também para melhorar a qualidade de vida e a intimidade do casal”, afirmou Dra. Márcia, que frequentemente recebe pacientes com queixas sobre flacidez na região íntima, especialmente após a maternidade.

Um dos pontos mais relevantes abordados foi o preconceito em torno da harmonização íntima, que ainda enfrenta resistência, especialmente em uma sociedade machista e com fortes influências religiosas. Muitas mulheres, ao buscarem esse tipo de tratamento, enfrentam vergonha e medo de julgamento.

“É comum que muitas mulheres queiram realizar esses procedimentos sem que ninguém saiba. Elas se sentem envergonhadas, como se fosse algo imoral. Mas isso é um reflexo de uma sociedade que ainda vê a mulher como um objeto, e não como alguém que tem direito de se sentir bem com o próprio corpo”, destacou Dra. Márcia.

Ela também ressaltou a importância de abordar o tema com sensibilidade e empatia, tanto entre os profissionais de saúde quanto entre os próprios pacientes.

“A desinformação é um dos maiores obstáculos. Muitas mulheres não sabem que podem procurar ajuda, e isso afeta não só a autoestima delas, mas também pode interferir nos relacionamentos íntimos”, explicou a ginecologista, que enfatizou a relevância de falar abertamente sobre o assunto.

Dra. Márcia ainda relatou um caso que a emocionou profundamente: “Uma paciente procurou a harmonização íntima após anos de insegurança e desconforto. Após a cirurgia e o preenchimento, ela me disse que não acreditava na transformação. Ela se sentiu renascendo, muito mais feliz, empoderada e livre para viver sua vida íntima com o marido”.

A médica também destacou que a harmonização íntima vai além da estética, envolvendo funcionalidade e saúde, e pode ser uma ferramenta poderosa para tratar condições como vaginismo, que afeta muitas mulheres com forte religiosidade, dificultando a relação sexual e causando sofrimento.

“Não é só sobre melhorar a aparência, mas também sobre melhorar a qualidade de vida. No caso do vaginismo, por exemplo, o uso de botox na musculatura pélvica pode ser fundamental para relaxamento e conforto durante a relação”, afirmou Dra. Márcia.

Por fim, ela ressaltou que a harmonização íntima pode ser realizada por diferentes profissionais da saúde, como ginecologistas, dermatologistas e cirurgiões plásticos, e que todos devem tratar o tema com respeito e cuidado, sempre priorizando o bem-estar e a saúde dos pacientes.

“É essencial que falemos sobre isso de forma clara e sem tabus. A informação é a chave para que as mulheres se sintam empoderadas e seguras para tomar decisões sobre o próprio corpo e bem-estar”, concluiu Dra. Márcia.

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