Fuga de blitz: Especialista em Trânsito comenta responsabilidades e falhas na legislação
O especialista destacou um incidente ocorrido no último domingo (26), na Avenida João Durval Carneiro, em que um condutor desobedeceu à ordem de parada da Polícia Militar
No quadro Falando de Trânsito do programa De Olho na Cidade (rádio Sociedade News), o advogado Bruno Sobral, especialista em Direito de Trânsito, analisou as consequências da fuga de blitz e a necessidade de aprimoramento das políticas de segurança no trânsito.
O especialista destacou um incidente ocorrido no último domingo (26), na Avenida João Durval Carneiro, em que um condutor desobedeceu à ordem de parada da Polícia Militar, empreendeu fuga e acabou causando um engavetamento. O acidente resultou em duas pessoas feridas e diversos veículos danificados.
De acordo com Bruno Sobral, o motorista foi detido no local pela Polícia Militar, que agiu de forma eficaz para evitar que a situação gerasse consequências ainda mais graves.
“A Polícia Militar agiu dentro da lei, com acompanhamento tático, e evitou um cenário de tragédia maior. Parabéns à corporação pela atuação responsável”, elogiou o advogado.
Bruno Sobral explicou que o ato de desobedecer à ordem de parada é uma infração grave, prevista no Código de Trânsito Brasileiro, e pode acarretar penalidades administrativas e criminais.
“Quando um indivíduo empreende fuga, colocando em risco a vida de terceiros, ele será responsabilizado de acordo com as normas vigentes, podendo ser punido tanto na esfera administrativa quanto na criminal”, ressaltou.
Ele também destacou a diferença entre perseguição policial e acompanhamento tático, uma estratégia utilizada pelas forças de segurança para interceptar veículos de forma segura e sem colocar a população em risco.
“A perseguição desordenada é ilegal e pode gerar consequências desastrosas. Já o acompanhamento tático, como o realizado pela PM nesse caso, é planejado e utiliza recursos tecnológicos e comunicação integrada para conter o infrator”, explicou.
O advogado criticou a falta de disciplinas específicas de Direito de Trânsito nas faculdades de Direito do Brasil, o que, segundo ele, impacta na formação de juízes e promotores que muitas vezes não possuem o conhecimento técnico necessário para julgar casos relacionados ao trânsito.
“Infelizmente, a legislação de trânsito brasileira, especialmente na perspectiva criminal, ainda é muito benevolente. Isso contribui para a sensação de impunidade em casos graves, como acidentes envolvendo motoristas alcoolizados ou em fuga”, afirmou.
Bruno Sobral reforçou a importância de uma abordagem integrada entre trânsito e segurança pública.
“Não tem como dissociar trânsito de segurança pública. É preciso investir em monitoramento tecnológico, comunicação em tempo real e educação para o trânsito, promovendo o bem-estar social e reduzindo os riscos”, apontou.
O advogado também fez um apelo para que a sociedade tenha responsabilidade ao exigir ações extremas das forças de segurança, como o uso de armas de fogo em situações de fuga.
“As pessoas precisam refletir sobre as possíveis consequências de um disparo equivocado. Defender ações irresponsáveis só agrava a situação e coloca mais vidas em perigo”, concluiu.