Feira de Santana

Prefeitura de Feira mantém oito casas para acolher pessoas com transtornos mentais

Moradores de residências terapêuticas conquistam autonomia e vivem com dignidade

27/01/2025 06h30
Prefeitura de Feira mantém oito casas para acolher pessoas com transtornos mentais
Fotos: Valto Novaes

Em Feira de Santana, a Prefeitura Municipal mantém oito residências terapêuticas para o acolhimento a pessoas que sofrem de transtornos mentais e estão em condições de serem reinseridas na sociedade. Elas também possuem autonomia.

Vinculados à Secretaria Municipal de Saúde estes imóveis oferecem conforto adequado e são equipados com itens necessários a qualquer lar, como sofá, armários, utensílios de cozinha, televisor, geladeira, fogão, entre outros insumos. 

Conforme o coordenador da Rede de Saúde Mental, Joadson Andrade, em cada uma das oito residências terapêuticas há cuidadores contratados pelo Município que atuam em escalas (dia e noite). Além disso, os moradores são acompanhados pela equipe multiprofissional dos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e também recebem assistência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

“As casas são destinadas a pessoas que sofrem de transtornos mentais classificados como severo ou moderado e estão em condições de serem reinseridas na sociedade, conforme prevê a lei 10.216 que versa sobre a reforma psiquiátrica. São pessoas que viveram por longos anos em hospitais psiquiátricos e que agora estão aptas a viverem em sociedade, podendo ter autonomia e dignidade”, explica.

Em cada uma dessas oito residências terapêuticas moram em média entre 5 e 7 moradores – somente uma delas que tem 9. São no total 50 pessoas. Estes imóveis alugados pela Prefeitura de Feira estão concentrados, sobretudo, nos bairros Brasília e Santa Mônica. Há também destas casas no Capuchinhos e Serraria Brasil.

“Os moradores vivem como uma família de forma afetiva embora não tenham vínculos sanguíneos. Alguns estão juntos há mais de 20 anos, desde o período que estiveram internados”, relata o coordenador ao observar que eles têm assegurado o direito de ir e vir, podendo seguir uma rotina normal de ir ao “mercadinho fazer compra ou à padaria junto com o cuidador”. 

De acordo com Joadson Andrade, o acesso dessas pessoas às residências terapêuticas se dá mediante encaminhamento realizado através do programa de desinstitucionalização. São submetidos a avaliação conjunta das equipes de profissionais do hospital psiquiátrico e do CAPS. O mais velho entre os moradores possui 78 anos enquanto o mais jovem 34. 

“Os pacientes que moravam no hospital eram avaliados e em conjunto, era trabalhado o preparo deles para voltar a morar fora do hospital. Importante critério para inclusão em residência terapêutica é ser portador de transtorno mental, está em situação de institucionalização e ter perdido vínculos com familiares. Nestas casas eles tiveram que reaprender a viver em sociedade”, pontua o coordenador da Rede de Saúde Mental.

O titular da Secretaria de Saúde, Rodrigo Matos, que nos últimos dias visitou as oito residências terapêuticas, afirma o compromisso da administração municipal com o bem-estar da população.

 “É preciso ter o olhar sensível e cuidadoso com toda a população, sobretudo os mais vulneráveis. Esse é um compromisso nosso e estamos trabalhando para garantir que cada cidadão tenha o acolhimento digno e assistência humanizada”, afirma.

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