Gestos com as mãos associados a facções: Delegado destaca monitoramento e reforça atuação da Polícia Civil em Feira
O coordenador regional da Polícia Civil do Interior (1ª Coorpin), Yves Correia, alertou para os perigos de interpretações errôneas.
A Polícia Civil de Feira de Santana tem se dedicado a monitorar e combater diferentes formas de atuação de grupos criminosos na região, incluindo gestos e sinais de mãos que podem estar associados a facções. Um exemplo é o caso do jovem Marcos Vinícius Alves Gonçalves, de 20 anos, que foi morto a tiros na última segunda-feira (6), em Feira de Santana, por dois homens que, segundo a polícia, se aproximaram, verificaram seu celular e, em seguida, o atacaram.
A suspeita é que o crime tenha sido motivado por uma foto publicada nas redes sociais, na qual Marcos fazia um gesto supostamente ligado a uma facção criminosa.
Em entrevista ao programa De Olho na Cidade da rádio Sociedade News, o coordenador regional da Polícia Civil do Interior (1ª Coorpin), Yves Correia, detalhou como a inteligência policial tem acompanhado essas práticas.
“Certamente a gente acompanha qualquer tipo de sinalização de grupos criminosos, seja tatuagens, gestos com as mãos ou outros movimentos. Isso é importante para identificar esses grupos e materializar os inquéritos policiais. Muitas vezes, ao apreendermos celulares, encontramos símbolos que ajudam a identificar a qual grupo criminoso os indivíduos pertencem”, afirmou.
No entanto, o coordenador enfatiza que, independentemente do grupo criminoso, a prioridade da Polícia Civil é apurar os crimes com foco na autoria e materialidade. Ele também chamou atenção para um dado preocupante: a maioria dos homicídios registrados na região tem alguma ligação direta ou indireta com o crime organizado.
Sobre os gestos de mãos frequentemente associados a facções, Dr. Yves alertou para os perigos de interpretações errôneas.
“Isso não é uma regra, pois sabemos que alguns criminosos não se importam e agem de forma impulsiva. Já vivi situações semelhantes no Rio de Janeiro, onde atuei antes de vir para a Bahia. Às vezes, o indivíduo apenas suspeita que você seja policial ou ligado a outro grupo criminoso e comete uma atrocidade”, relatou.
O delegado reforçou que a Polícia Civil não se posiciona para aconselhar diretamente a população sobre gestos, mas garantiu que qualquer crime será investigado com o devido rigor. “Nosso foco sempre será apurar a autoria e a materialidade dos crimes, independentemente do motivo ou do contexto.”
Operações e prisões em 2025
A Polícia Civil iniciou 2025 com operações intensas. Segundo Dr. Yves, apenas em um dia, sete pessoas foram presas em ações conjuntas na cidade. Entre elas, seis foram detidas durante a operação Rastreamento, enquanto outra prisão foi de um acusado de homicídio.
“As equipes estão eletrizadas para 2025. Nosso objetivo é fazer a diferença na região, ampliando o cerco contra o crime”, destacou.