Em vídeo postado por terceirizada da BYD, trabalhadores negam condição de escravidão
Jinjiang Construction Brazil postou vídeo com carta conjunta de funcionários, na qual nega acusações de irregularidades. Empresa afirma que pagou salários e não restringiu liberdades.
A Jinjiang Construction Brazil, empresa terceirizada que prestava serviços na obra de construção de uma unidade da BYD na Bahia, publicou um vídeo em que trabalhadores negam viver em condições de trabalho análogas à escravidão. A gravação foi divulgada na quinta-feira (26).
O Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmou que 163 trabalhadores chineses que estavam trabalhando na obra em Camaçari foram vítimas de tráfico internacional de pessoas. A BYD informou que levou os operários resgatados para hotéis e encerrou o contrato com a Jinjiang.
No vídeo divulgado pela Jinjiang, um trabalhador lê uma carta conjunta na qual afirma que a empresa agiu de acordo com a lei. O vídeo segue a mesma linha de um comunicado que já havia sido divulgado sobre a situação dos trabalhadores.
“Essas acusações nos etiquetaram de ‘escravos’, o que nos faz sentir que nossa dignidade foi insultada e nossos direitos humanos violados, afirma.
No vídeo, o homem diz ainda que os trabalhadores receberam a informação de que seriam enviados de volta para a China. Ainda segundo ele, o problema teria começado durante processos para regularizar a documentação dos funcionários.
O MPT informou que os trabalhadores tiveram os passaportes retidos pela empresa. Na carta, o homem justifica que os documentos foram recolhidos temporariamente para os trâmites de regularização necessários. A Jinjiang nega que tenha confiscado os passaportes.
Em nome dos funcionários, o homem diz ainda que os trabalhadores tiveram os salários pagos normalmente e que a empresa ofereceu benefícios e garantias. Ele também afirma que os funcionários não sofreram com nenhum tipo de restrição de liberdade.
Segundo ele, os trabalhadores valorizam o emprego e desejam continuar no Brasil. Por fim, o homem diz que espera contar com a ajuda do governo para resolver a questão.
*Com informações g1 Bahia