Palestra discute impactos e desafios da criação de Universidade Federal em Feira de Santana
A expectativa é que o projeto avance para as esferas federais, consolidando o sonho de tornar Feira um polo ainda maior de educação e inovação.
Na noite quinta-feira (19), o auditório Paulo Freire, no campus do CETENS da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi palco de uma palestra que reforçou o avanço do projeto para a criação de uma Universidade Federal em Feira de Santana. O evento contou com a participação do Prof. Dr. Freud Romão, Pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), que apresentou a palestra intitulada “Benefícios, impacto social e econômico com a criação de uma nova Universidade Federal para a região”.
Durante sua apresentação, o Prof. Dr. Freud destacou o potencial estratégico de Feira de Santana e a urgência de se investir em uma universidade com sede na cidade.
“A conurbação de Feira de Santana, ou como chama o IBGE, a região geográfica intermediária de Feira, com mais de dois milhões de habitantes e 83 municípios, clama por uma Universidade Federal. Apesar das instituições existentes, a Rede Federal de Universidades precisa se expandir para atender melhor essa população jovem”, afirmou.
O professor também abordou o impacto econômico e social que a criação de uma universidade pode trazer para a região.
“A universidade deve estar em parceria com o setor produtivo, movimentos sociais e a sociedade em geral, buscando ensino, pesquisa, extensão e inovação. Isso inclui a criação de startups, o fortalecimento do empreendedorismo e a produção de tecnologias sociais que atendam às necessidades regionais”, completou.
A experiência do Prof. Dr. Freud na transformação de um campus em uma universidade federal no Tocantins foi destacada como um exemplo inspirador para o projeto em Feira de Santana.
“O caso de Tocantins mostra que é possível criar uma instituição robusta, com identidade territorial e impacto significativo na educação superior. Essa é uma oportunidade para Feira dar um salto no desenvolvimento educacional e econômico”, explicou.
O empresário e presidente do Instituto Pensar Feira, Edson Piaggio, reforçou a importância de se criar uma universidade federal na região.
“A mesorregião de Feira de Santana é a segunda maior da Bahia, com mais de dois milhões de habitantes e cerca 80 municípios. É justo e necessário termos uma instituição federal aqui. Já existe uma estrutura inicial com o CETENS, o que facilita o processo e reduz custos”, pontuou.
Já o professor Josué Melo enfatizou o impacto do projeto para além da educação: “A criação dessa universidade é essencial não apenas para formar profissionais para o mundo do século XXI, mas também para impulsionar o desenvolvimento regional. Precisamos de pesquisa para explorar as riquezas da nossa região, que ainda é vista apenas pelos problemas como estiagem e pobreza, mas que possui grande potencial econômico e científico”.
Segundo Josué Melo, a universidade já nasceria estruturada, com 11 cursos reconhecidos, incluindo quatro programas de pós-graduação e dois mestrados, além de um campus com infraestrutura consolidada.
“Se o governo criar a universidade amanhã, ela já pode começar a funcionar. Temos tudo para expandir e atender às necessidades da região”, garantiu.
*Com informações do repórter Rafael Marques