Saúde

Novembro Azul: Especialista destaca a importância do acompanhamento odontológico para pacientes oncológicos

Segundo a odontóloga Dra. Janaína Souza, o acompanhamento odontológico é essencial para minimizar riscos de infecções e complicações que possam prejudicar o bem-estar do paciente durante o tratamento oncológico.

20/11/2024 07h30
Novembro Azul: Especialista destaca a importância do acompanhamento odontológico para pacientes oncológicos

Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia (rádio Princesa FM) sobre os cuidados com a saúde durante o Novembro Azul, a odontóloga Dra. Janaína Souza ressaltou a importância de tratamentos preventivos na cavidade bucal antes do início de terapias como quimioterapia e radioterapia. Segundo ela, o acompanhamento odontológico é essencial para minimizar riscos de infecções e complicações que possam prejudicar o bem-estar do paciente durante o tratamento oncológico.

“A questão odontológica precisa ser tratada previamente à quimioterapia e radioterapia. Quando o paciente é diagnosticado com câncer, seja ele de cabeça e pescoço ou de outra região, é fundamental que ele passe por uma avaliação odontológica para adequar o meio bucal e reduzir riscos. Durante o tratamento oncológico, muitos procedimentos invasivos não são possíveis, então fazemos a extração de dentes problemáticos, tratamento de cáries e uma avaliação completa para preparar o paciente”, explica a Dra. Janaína.

Ela menciona efeitos adversos comuns que surgem na boca devido à quimioterapia e radioterapia, como a mucosite — feridas dolorosas na boca — e a xerostomia, conhecida como “boca seca”, que dificulta a produção de saliva e prejudica o paladar.

“Esses efeitos influenciam diretamente na qualidade de vida do paciente. A boca seca, por exemplo, afeta o paladar e pode desmotivar a alimentação em um momento delicado para o paciente”, aponta.

A especialista também alertou para os riscos de tratamentos inadequados durante a radioterapia.

“Em casos onde é necessário extrair um dente, por exemplo, é preciso cautela extrema, pois o paciente corre o risco de osteorradionecrose, que é a necrose óssea devido à radiação, uma complicação séria para quem está imunologicamente fragilizado”, acrescenta.

Além das dificuldades fisiológicas, a Dra. Janaína ressaltou o aspecto psicológico do processo.

“Ao receber o diagnóstico de câncer, o paciente está emocionalmente abalado, e muitas vezes negligencia os cuidados bucais. Porém, ao sentir dor ou desconforto, buscam ajuda odontológica, mas, em muitos casos, já não é possível realizar certos tratamentos devido às restrições impostas pelo tratamento oncológico.”

Outro ponto importante abordado pela doutora foi o impacto da idade no tratamento bucal desses pacientes. Segundo ela, pacientes idosos apresentam mais predisposição a infecções e problemas dentários, como a periodontite, em razão da perda dentária e outras condições acumuladas ao longo da vida.

“São pacientes que, além de precisarem de próteses, precisam de acompanhamento constante. Uma prótese mal ajustada pode provocar aftas, que, para um paciente oncológico, podem se tornar feridas maiores e mais dolorosas.”

Para Dra. Janaína, conscientizar sobre os cuidados bucais durante o tratamento de câncer é vital. “Esses cuidados são muitas vezes negligenciados, mas têm grande impacto na saúde geral e na recuperação do paciente”, conclui.

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