Provedor da Santa Casa destaca desafios e avanços dos atendimentos em Feira de Santana
Responsável pela Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), a Santa Casa atende uma vasta área que abrange 72 municípios e chegou, em 2022, a atender pacientes de 115 cidades
Em entrevista ao programa Cidade em Pauta (rádio Nordeste FM), o Dr. Rodrigo Matos, provedor da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, abordou os desafios e o impacto do atendimento oferecido pela instituição, que se destaca por seu suporte oncológico e cardiológico, além de diversas especialidades médicas de alta complexidade. Responsável pela Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), a Santa Casa atende uma vasta área que abrange 72 municípios e chegou, em 2022, a atender pacientes de 115 cidades, um número que representa mais de um quarto dos municípios baianos.
“A gente trabalha para acolher essas pessoas em momentos críticos da vida, levando um atendimento com humanização e alta qualidade técnica”, destaca. Ele ressalta ainda que muitos dos pacientes atendidos não têm condições econômicas e, às vezes, falta suporte básico, como casas de apoio, que são essenciais para pacientes vindos de outras regiões.
A Santa Casa, por meio do Hospital Dom Pedro, oferece diversos serviços especializados, entre eles, quimioterapia, radioterapia, cirurgia oncológica, internação e tratamentos de cardiologia de alta complexidade. Dr. Rodrigo detalha que os atendimentos em cardiologia incluem implantes de marcapasso, cirurgias cardíacas, cateterismos e angioplastias cardíacas e endovasculares, além de atendimento em traumato-ortopedia.
“Na traumato-ortopedia, por exemplo, recebemos pacientes que chegam através do sistema de regulação estadual para realizar cirurgias e, em seguida, são devolvidos à sociedade para retomar suas vidas. Além disso, inauguramos recentemente uma clínica de oftalmologia especializada em retinopatia diabética, onde realizamos tratamentos para prevenir a cegueira entre pacientes diabéticos”, explica o provedor.
Expansão e novos serviços
Recentemente, a instituição lutou para conseguir a habilitação para cirurgias de cabeça e pescoço, um marco no atendimento oncológico da Santa Casa.
“Foi um processo difícil, mas essencial. Contamos com uma equipe de alta capacidade liderada pelo Dr. Leonardo Rios, e é um alívio para os pacientes que não precisam mais sair da cidade para esse tipo de tratamento”, comenta.
Ainda assim, a instituição enfrenta grandes desafios, sobretudo o subfinanciamento, um problema comum em instituições que dependem do SUS.
“É preciso lembrar que o SUS é uma conquista espetacular, mas manter um sistema universal e integral como esse para um país de mais de 220 milhões de pessoas é uma missão complexa. O financiamento insuficiente afeta diretamente nossa capacidade de realizar melhorias estruturais, como o projeto contra pânico e incêndio, que implementamos recentemente com o auxílio de emendas parlamentares para garantir a segurança dos pacientes e trabalhadores”, afirma.
Apesar das dificuldades, a Santa Casa busca parcerias com a Prefeitura e o Governo do Estado para expandir ainda mais seu atendimento, especialmente em ortopedia.
“O objetivo é oferecer tratamentos para problemas ortopédicos como lesões de ligamento, problemas de joelho, ombro e outras condições que, atualmente, não têm um local de referência para atendimento pelo SUS”, explica Matos.
Ele acredita que o diálogo constante com o poder público permitirá a implementação desses novos serviços.
“Só se constrói com diálogo e credibilidade. Nossa instituição é da sociedade civil organizada, mas colocamos nossa estrutura à disposição para resolver problemas que muitas vezes o próprio poder público não consegue. Estamos otimistas e acreditamos que essa colaboração trará grandes benefícios para a população”, finaliza.