Feira de Santana e Sua História

Revitalização da Lagoa Salgada é essencial para o futuro urbano e ambiental da cidade, defende arquiteto

Arquiteto Flávio Monteiro propõe revitalização da Lagoa Salgada como marco ambiental e turístico, transformando a região em um novo cartão postal de Feira de Santana

29/09/2024 17h30
Revitalização da Lagoa Salgada é essencial para o futuro urbano e ambiental da cidade, defende arquiteto

Na série especial “Feira Rumo aos 200 Anos”, o arquiteto Flávio Monteiro trouxe à tona um sonho antigo: a revitalização da Lagoa Salgada, transformando-a em um cartão postal de Feira de Santana, semelhante ao que acontece em grandes cidades brasileiras e internacionais que aproveitam suas paisagens naturais como referências urbanísticas. Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia (rádio Princesa FM), ele destacou a importância desse projeto e como ele poderia mudar a face da cidade.

“Feira de Santana precisa de um grande parque, uma referência de pertencimento para a população. A Lagoa Salgada tem esse potencial, assim como a Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro ou a Pampulha em Belo Horizonte. Nossa cidade é carente de um espaço como esse, que proporcione saúde mental, cultura e qualidade de vida”, afirmou o arquiteto.

Flávio relembrou o início de sua jornada com essa ideia ainda em 1999, quando descobriu, por meio de conversas e pesquisas, que a Lagoa Salgada já existia no fim da Avenida Getúlio Vargas.

“Eu me perguntava: como é que uma cidade do porte de Feira não tinha um parque urbano de referência? Quando descobri a lagoa, fiquei maravilhado com o potencial daquele espaço. Não consegui entender por que a cidade nunca havia traçado um plano urbanístico para integrá-la ao cotidiano dos feirenses.”

O projeto pensado por Flávio propõe a criação de um parque multifuncional, que não só traria lazer e cultura para a população, mas também atuaria como uma solução para questões ambientais e urbanísticas.

“A natureza está nos cobrando sua conta. As enchentes que atingem algumas regiões de Feira de Santana são um reflexo da falta de planejamento adequado. A Lagoa Salgada poderia ser parte da solução, captando as águas pluviais e minimizando os alagamentos, além de ser um espaço de convivência e turismo para a cidade”, explicou.

Ele enfatizou que o projeto precisaria de uma abordagem interdisciplinar, com estudos detalhados sobre os impactos ambientais, a qualidade dos equipamentos urbanos e a infraestrutura necessária. Ele também ressaltou a importância da valorização cultural e esportiva, sugerindo que o parque incluísse centros de apresentações musicais, áreas de esporte, e até museus de referência.

O arquiteto destacou ainda o impacto econômico positivo que a revitalização traria para a cidade.

“Esse projeto não só valoriza a região, como atrai investimentos de grandes incorporadores e fomenta o crescimento econômico local. Feira de Santana precisa de um projeto como esse, que combine natureza, cultura e desenvolvimento.”

Questionado sobre os maiores desafios para a realização de um projeto tão ambicioso, Flávio mencionou a necessidade de equipes qualificadas e o cuidado com desapropriações de áreas ao redor da lagoa, garantindo que o projeto seja executado com qualidade.

“Não é apenas criar um parque, é preciso pensar em como ele será integrado à cidade, como será utilizado pela população, e garantir que ele realmente se torne um espaço de todos”, ressaltou.

A arquitetura, para Flávio Monteiro, tem um papel fundamental em elevar a autoestima de uma população e em promover o sentimento de pertencimento.

“Arquitetura levanta a estima do coletivo. Ela nos faz gostar da nossa cidade, e tudo aquilo que a gente gosta, a gente cuida. Feira de Santana é a segunda maior cidade da Bahia, e precisamos pensar alto. Não podemos nos contentar apenas com o que já temos. Precisamos sonhar com uma cidade que seja referência no mundo todo”, concluiu.

Flávio, que já participou de dois encontros da série “Feira Rumo aos 200 Anos”, estará presente no próximo evento, que será realizado ao vivo nesta sexta-feira (04), direto da Churrascaria Los Pampas.

A proposta é ambiciosa, mas Flávio acredita que, com o apoio certo e a mobilização da sociedade, esse sonho pode se tornar realidade. “Queremos uma Feira de Santana que não se contente com pouco. Queremos a cidade inteira.”

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