Historiador destaca legado de 115 anos do Jornal Folha do Norte
A expectativa é que, mesmo diante das mudanças na forma de consumir informação, a Folha do Norte continue a ocupar seu espaço na história e na memória de Feira de Santana.
Na série especial “Feira de Santana e sua história”, o destaque de hoje é o Jornal Folha do Norte. Para discutir esse importante marco na comunicação local, o advogado e historiador André Navarro trouxe à tona o legado de sua família e do periódico que documentou a trajetória de Feira de Santana, da Bahia e do Brasil por mais de um século.
“A Folha do Norte é um legado que minha família deixou ao longo dos últimos 115 anos. O jornal foi um importante veículo para contar a história do município, do estado e do Brasil ao longo de todo o século”, destacou.
O advogado relembrou que a última edição impressa da Folha do Norte foi publicada em 2020, no início da pandemia, sob a direção de Zadir Marques Porto, jornalista de Feira de Santana que ocupou o cargo de editor-chefe por muitos anos.
“Depois do falecimento de meu avô, Dr. Antônio Navarro, em 2017, Zadir continuou com o jornal, mantendo sua memória viva com edições comemorativas”, explicou.
Preservação do acervo histórico
A preservação do acervo do jornal é uma das maiores preocupações da família Navarro. Segundo André, grande parte do acervo foi realocada após o fechamento do prédio na Rua Visconde do Rio Branco.
“Carlos Melo, arquivista do jornal, conseguiu transferir e preservar o acervo. Hoje, ele está dividido entre o Museu Casa do Sertão da UEFS, o Arquivo Público Municipal e a Biblioteca Arnold Silva”, relatou.
Ele também comentou sobre o projeto de digitalização do acervo. “Conversamos com a equipe do Museu Casa do Sertão para trabalhar na digitalização das edições, facilitando o acesso à história de Feira de Santana. Isso seria maravilhoso para a população, já que muitos têm dificuldade de acesso físico ao museu”, afirmou.
Desafios da mídia impressa
André Navarro reconheceu que os últimos 20 anos trouxeram desafios significativos para a mídia impressa.
“Os periódicos no mundo inteiro sofreram com a crise do setor, causada pela transição para o consumo de notícias via smartphones e redes sociais”, explicou. Para ele, apesar da crise, o sentimento da família é de gratidão e responsabilidade por fazer parte dessa história.
“O sentimento que a família carrega é de responsabilidade, alegria e gratidão por ter participado de algo tão importante. Nossa vontade é que o jornal retome suas edições impressas, mesmo que seja em datas comemorativas, para manter viva a memória e o patrimônio cultural de Feira de Santana”, declarou.
Um futuro para a Folha do Norte?
Apesar da interrupção da circulação regular, a história da Folha do Norte continua viva, especialmente com a atuação online.
“Hoje, o site do jornal é gerido por uma das filhas de Dr. Hugo Navarro e continua publicando notícias”, contou André.
A expectativa é que, mesmo diante das mudanças na forma de consumir informação, a Folha do Norte continue a ocupar seu espaço na história e na memória de Feira de Santana.