Altas Habilidades e Superdotação são temas de evento pioneiro promovido pela Secretaria da Educação da Bahia
O termo “altas habilidades” enfatiza a influência do ambiente —como família, escola e cultura— na formação desses indivíduos.
Discutir a importância de uma educação inclusiva. Esse foi o principal objetivo do Seminário sobre Altas Habilidades e Superdotação, que aconteceu na sexta-feira (30), em Salvador. Promovido pela Secretaria Estadual de Educação (SEC), o evento discutiu a importância do reconhecimento e do apoio a estudantes com essas características. O termo “altas habilidades” enfatiza a influência do ambiente —como família, escola e cultura— na formação desses indivíduos.
O encontro reuniu especialistas, educadores e familiares para discutir os desafios e as estratégias para melhor identificar e apoiar alunos superdotados. A secretária de Educação da Bahia, Rowenna Brito, destacou a relevância estratégica do tema para o Estado. “As famílias que vivenciam e experienciam os estudantes com altas habilidades e superdotação têm uma busca inconstante por uma orientação, um caminho a ser seguido. O Ministério da Educação tem construído diretrizes e, aqui na Bahia, estamos debatendo uma pauta estratégica para construir caminhos dentro das redes estadual e municipais, reafirmando o compromisso do governo com uma educação inclusiva e contextualizada com a vida da juventude baiana”.
Os especialistas afirmam que a superdotação é uma condição heterogênea, mas com características comuns, como a curiosidade e a sensibilidade emocional. Identificar a superdotação nas escolas é uma tarefa desafiadora, em grande parte devido à falta de preparação dos professores. Muitos educadores têm uma visão distorcida ou limitada sobre o que é ser superdotado, frequentemente associando a condição de genialidade. Cíntia é mãe de dois filhos superdotados, Davi, de 7 anos, e Camila, de 9 anos, e ressalta a importância desse seminário para o acolhimento das crianças superdotadas. “É essencial tirar nossas crianças da invisibilidade, mostrar à população baiana que elas precisam de acolhimento e que os professores precisam saber como tratá-las para promover uma geração saudável”. A preocupação da mãe tem fundamentos. Segundo a pesquisadora Francisca Chagas, a formação de professores para essa temática é um dos maiores desafios. “Temos uma grande necessidade de formar profissionais para a identificação precoce desses alunos, que muitas vezes são confundidos com transtornos. Isso é fundamental para preparar o atendimento e personalizar o ensino para essas crianças que necessitam tanto de suporte”.
O psicólogo Damião Silva, palestrante do evento, é uma das referências nacionais no tema. Segundo ele, o Brasil conta com cerca de 27 mil superdotados e a Bahia ocupa a quarta posição no ranking de estados com o maior número de indivíduos nessa condição. Ele também destaca a importância dos educadores para o desenvolvimento integral desses estudantes. “Precisamos investir sempre na capacitação para que se compreenda que a superdotação é uma condição educacional e de vida. A falta de entendimento adequado pode trazer repercussões negativas para a saúde mental e emocional desses indivíduos”. O psicólogo ainda parabenizou o ineditismo do seminário, dizendo que este é o primeiro evento do tema promovido por uma Secretária de Educação de um Estado.