Vereador justifica abstenção em projeto sobre sessão solene do Dia Municipal da Beleza Negra
O projeto, de autoria do vereador José Carneiro Rocha, foi alvo de debates.
A votação do projeto de lei 67/2024, que requer sessão solene a fim de comemorar o Dia Municipal da Beleza Negra, gerou polêmica na Câmara Municipal de Feira de Santana após o vereador Edvaldo Lima optar por se abster na votação. O projeto, de autoria do vereador José Carneiro Rocha, foi alvo de debates.
Em uma entrevista concedida após a sessão, o vereador Edvaldo explicou os motivos por trás de sua decisão de abstenção.
“Eu sou negro, minha família é toda negra e a Bahia tem 80% de negros. Então, é necessário homenagear não só os negros, mas todos os cidadãos, independentemente de sua cor. Eu propus um requerimento para homenagear não apenas os negros, mas também os pardos, brancos e morenos. Não entendo por que apenas a beleza negra deve ser destacada, quando todos merecem reconhecimento”, afirmou.
O vereador continuou, abordando as acusações de racismo que surgiram após sua abstenção. “Se eu fosse racista, seria racista contra mim mesmo. Eu não sou racista porque, como negro, tenho o direito de ter minhas posições e votar da forma que achar apropriado. Minha abstenção foi uma forma de abrir espaço para discutir a inclusão de todas as cores em homenagens, e não apenas a beleza negra. Racismo, na minha visão, está mais associado a atitudes como o apoio ao aborto ou à ideologia de gênero, que, segundo minha perspectiva, buscam desconstruir valores familiares”, argumentou Lima.
A decisão de Edvaldo Lima gerou críticas, principalmente entre setores que interpretaram sua abstenção como uma forma de resistência ao reconhecimento específico da beleza negra.
*Com informações do repórter Robson Nascimento