Cardiologista alerta sobre a obesidade e seus riscos crescentes para a saúde cardiovascular
Uma abordagem abrangente e colaborativa é essencial para enfrentar o crescente problema da obesidade e proteger a saúde cardiovascular da população.
Na última edição do Momento IDM Cardio, o tema foi a obesidade, um problema crescente de saúde pública que afeta milhões ao redor do mundo, incluindo Feira de Santana. Para discutir os impactos da obesidade na saúde cardiovascular, conversamos com o cardiologista Dr. Germano Lefundes.
“Obesidade é um problema gigante no mundo, 20% dos brasileiros estão em nível de obesidade e mais de 50% têm sobrepeso.” Esse cenário não é exclusivo do Brasil; a obesidade é uma questão global.
O Dr. Germano explica que a obesidade está associada a uma série de riscos para a saúde cardiovascular, incluindo hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto.
“Além disso, está relacionada a doenças crônico-degenerativas, como osteoartrose e insuficiência venosa periférica”, detalha o médico. O excesso de peso causa uma sobrecarga nas articulações e nos vasos sanguíneos, aumentando a probabilidade de complicações.
Historicamente, a percepção sobre o peso corporal mudou. “No passado, considerava-se que uma pessoa com peso a mais estava saudável, mas com o aumento da oferta de alimentos calóricos, a obesidade tornou-se um problema de saúde significativo.” A mudança de cenário trouxe a necessidade de tratar a obesidade com seriedade.
Um aspecto importante abordado pelo Dr. Germano é a relação entre obesidade e diabetes, que por sua vez está fortemente associada a doenças cardiovasculares.
“A obesidade aumenta o risco de desenvolvimento de diabetes, e o diabetes está relacionado a um maior risco de infarto e AVC”, alerta o especialista.
O tratamento da obesidade deve ser multidisciplinar, conforme o Dr. Germano. “É essencial ter um acompanhamento com cardiologista, endocrinologista, nutricionista e psicólogo. A abordagem deve ser ampla e não se limitar apenas a medicamentos. É preciso considerar fatores genéticos, comportamentais e emocionais.”
Ele enfatiza que o controle da obesidade é semelhante ao de outras condições crônicas como hipertensão e diabetes.
“Não é possível curar a obesidade completamente, mas é possível controlá-la. Medicações eficazes e seguras estão disponíveis, mas precisam ser usadas sob orientação médica e aliadas a mudanças no estilo de vida.”
Para prevenir a obesidade, é fundamental adotar uma abordagem integrada. “Devemos considerar a mudança de hábitos alimentares, a prática regular de atividades físicas e o controle de estresse e sono. Atividades de grupo, por exemplo, podem ser motivadoras e ajudar na adesão ao tratamento.”
A mensagem final do Dr. Germano é clara: “Não podemos permitir que a obesidade continue crescendo e contribuindo para um aumento de doenças cardiovasculares. É crucial que a sociedade e os profissionais de saúde trabalhem juntos para mudar esse cenário.”